Lições Bíblicas CPAD – ADULTOS – 2º Trimestre de 2025
Data/lição – 06 de abril de 2025
Lição 01 – O Verbo que se tornou em carne
Texto áureo – “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” (Jo 1.14)
Verdade prática – O Verbo de Deus inseriu se na história, assumindo a forma de homem para redimir os pecadores.
Palavra-Chave – Encarnação
Hinos Sugeridos – 25, 124, 481 da Harpa Cristã
LEITURA DIÁRIA
- Segunda – Gn 3.15 >> O Verbo como a semente da mulher
- Terça – Fp 2.5 >> Adotando o mesmo sentimento do Verbo divino
- Quarta – Fp 2.6 >> O Verbo existe gloriosamente em forma de Deus
- Quinta – Fp 2.7 >> O Verbo eterno tomou a forma humana e temporal
- Sexta – Is 7.L4 >> O Verbo é o nosso “Emanuel: Deus Conosco”
- Sábado – Fp 2.8 >> O Verbo tornou-se semelhante aos homens
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 1.1 -14
1- No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2- Ele estava no princípio com Deus.
3- Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
4- Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens;
5- e a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
6- Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João.
7- Este veio para testemunho para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele.
8- Não era ele a luz, mas veio para que testificasse da luz.
9- Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo,
10- estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu.
11- Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
12- Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome,
13- os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus.
14- E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
OBJETIVOS DA LIÇÃO:
I) Apresentar as informações introdutórias sobre o Evangelho de João;
II) Revelar o Senhor Jesus como o Verbo de Deus;
III) Explicar, tanto doutrinariamente como biblicamente, a manifestação do Verbo.
COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO
Neste trimestre, vamos estudar o Evangelho de João. Em comparação com os outros três Evangelhos (Mateus, Marcos e Lucas), o de João destaca- se especialmente por centrar-se no ministério de Jesus em Jerusalém. O autor deste Evangelho, o apóstolo João, redigiu este valioso documento com a intenção de revelar a singularidade da natureza divina do nosso Senhor e, ao mesmo tempo, encorajar a fé dos seus discípulos. Que possamos também ser fortalecidos e inspirados na nossa fé em Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador.
I – O EVANGELHO DE JOÃO
1. Autoria e data. O apóstolo João é o autor do Evangelho que leva o seu nome. A confirmação da sua autoria encontra-se no próprio texto (Jo 21.20,24) e também nos escritos dos denominados Pais da Igreja. Admite-se que tenha sido escrito entre os anos 80 e 90 d.C. De acordo com estudiosos, o Evangelho de João apresenta uma doutrina genuína sobre a divindade de Jesus Cristo. Assim, as expressões “Verbo Divino” e “a Palavra que se fez Carne” são de grande importância neste quarto Evangelho.
2. O propósito do Evangelho. O Evangelho de João tem como um de seus propósitos levar o leitor a crer que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e, ao crer, encontrar a vida em seu nome (Jo 20.31). Não é por acaso que os especialistas referem-se à primeira parte do primeiro capítulo como “o prólogo de João”, ou seja, a “apresentação” desse Evangelho (Jo 1.1-14). Neste trecho, o apóstolo apresenta Jesus como o Filho enviado de Deus ao mundo para fazer parte da história (Jo 1.1). Assim sendo, o Logos é a “Palavra Encarnada”.
3. A Natureza de Jesus. Apesar de o Evangelho de João sublinhar de forma clara a dimensão divina de Jesus, o apóstolo também aborda a sua natureza humana (Jo 8.39,40; 9.11). Neste sentido, o Evangelho não só realça a divindade de Jesus como Filho de Deus, mas também discute a sua humanidade por meio da morte expiatória do nosso Senhor em favor dos pecados da humanidade. Em João, tanto a divindade quanto a humanidade de Jesus são afirmadas.
SINOPSE I
O Evangelho de João foi redigido com o propósito de nos fazer crer que Jesus é o Verbo Divino e, por consequência, termos vida nEle.
AUXILIO BIBLIOGRÁFICO I
II – JESUS, O VERBO DE DEUS
1. A revelação que ultrapassa o passado. Quando o apóstolo João redigiu a introdução do primeiro capítulo do seu Evangelho, “no princípio era o Verbo” (v.1), é provável que tenha como referência Gênesis 1.1. Esse primeiro versículo do Evangelho mostra que o Verbo é Deus “no princípio”, possuindo assim uma existência infinita, ou seja, não tem começo nem fim. Assim, muito além do passado, desde o princípio, o Verbo já existia com Deus, estava com Deus e é Deus (Io 1.1).
2. A natureza fundamental do Verbo. Tal como Deus é eterno, também o Verbo o é. Mais adiante, em Apocalipse, o apóstolo João descreve o Verbo como “o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, diz o Senhor, que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso” (Ap 1.8). Assim, conforme seu Evangelho, o evangelista apresenta Jesus como o “logos de Deus”, a Palavra Encarnada que habita entre os homens. Portanto, enquanto “Verbo encarnado”, Jesus é reconhecido por muitos e adorado como Deus.
3. “No princípio era o Verbo” (Jo 1.1). Conforme já referimos, no grego do Novo Testamento, a palavra que se traduz por “verbo” é logos e significa “palavra”. O conceito de Logos traz consigo a noção de expressão tanto da razão quanto da linguagem. Nesse sentido a forma mais adequada de compreender este termo relaciona-se com as maneiras pelas quais Deus se manifesta ao ser humano. Assim, o conceito mais apropriado para logos encontra-se em Jesus, que representa a expressão da divindade, a Revelação de Deus.
SINOPSE II
O Evangelho de João retrata Jesus como o Verbo Divino que se fez presente na história.
AUXILIO BIBLIOGRÁFICO II
III – A ENCARNAÇÃO DO VERBO
1. A manifestação do Verbo e a Luz do mundo. João identifica Jesus como o Criador de todas as coisas, mediado pelo Pai através do poder da sua Palavra (Jo 1.2,3). A seguir, ele faz uma distinção entre luz e trevas (Jo 1.4,5). As “trevas” simbolizam a obscuridade espiritual provocada pelo pecado. No entanto, Deus enviou João Batista para testemunhar e proclamar sobre a Luz (Jo 1.6-8). A verdadeira Luz é Cristo, que foi anunciado por João Batista, mas que os homens decidiram rejeitar (1.9 -12).
2. O privilégio de nos tornarmos filhos de Deus. Enquanto Israel rejeitou a bênção da salvação através da obra do Calvário, Deus ofereceu a todas as pessoas, independentemente da sua raça, etnia ou língua, a oportunidade de se tornarem “filhos de Deus” pela fé no nome de Jesus (Jo 1.12,13). Tanto aos judeus quanto aos gentios, a Luz manifestou-se para revelar o plano divino de redenção a toda a humanidade. Assim, aos gentios foi assegurada uma herança de filiação divina através do amor do Pai (1 Jo 3.1). Portanto, como crentes em Cristo, temos o privilégio de sermos chamados “filhos de Deus”.
3. A manifestação e a habitação do Verbo. A frase “o Verbo se fez carne” sugere a humanização de Deus, que passou a viver entre os homens. O termo “verbo” possui uma conotação muito mais rica e profunda do que qualquer conceito filosófico: Deus entrou na história (Jo 1.14-18). É importante notar a expressão “e habitou entre nós”. No texto grego, essa expressão indica que “o Verbo armou seu tabernáculo, ou tenda, entre nós”. Antes, Deus habitava numa tenda montada pelo seu povo; agora, de acordo com as palavras do evangelista, Ele reside entre nós, representando a manifestação plena da presença divina no mundo.
SINOPSE III
Por meio da manifestação do Verbo de Deus, a Luz do Mundo, temos a bênção de sermos considerados filhos de Deus.
CONCLUSÃO
Nesta lição, tivemos a oportunidade de iniciar o estudo no Evangelho de João, mostrar a sua relevância e o seu objetivo na vida da Igreja. Observamos que a revelação sensível de Deus e a sua intervenção na história tornam o Evangelho de João uma obra única do Novo Testamento. Em João, entendemos que a Encarnação do Verbo trouxe luz plena àqueles que cressem. Assim, através da fé em Jesus, somos denominados e feitos “filhos de Deus”.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Qual é a doutrina que o Evangelho de João explora?
De acordo com estudiosos, o Evangelho de João apresenta uma doutrina genuína sobre a divindade de Jesus Cristo.
2. De que forma o apóstolo João retrata Jesus no seu Evangelho?
O apóstolo apresenta Jesus como o Filho enviado de Deus ao mundo para fazer parte da história (Jo 1.1).
3. Conforme a lição, qual é a maneira mais apropriada de interpretar a palavra logos?
O conceito mais apropriado para logos encontra-se em Jesus, que representa a expressão da divindade, a Revelação de Deus.
4. De que modo o apóstolo João destaca Jesus Cristo?
João identifica Jesus corno o Criador de todas as coisas, mediado pelo Pai através do poder da sua Palavra (1 Jo 1.2.3).
5. Que significado carrega a expressão “o Verbo se fez carne”?
A frase “o Verbo se fez carne” sugere a humanização de Deus, que passou a viver entre os homens, ou seja, Deus entrou na história.
Comentarista: Elienai Cabral
E O VERBO SE FEZ CARNE – Jesus sob o olhar do Apóstolo Paulo
#01 – O Verbo que se tornou em carne
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
MILAGRES QUE CONFIRMAM A DIVINDADE DE JESUS
“João, a testemunha ocular, escolheu oito dos milagres de Jesus (ou sinais e prodígios, como o escritor os chama), para revelar a natureza humana e divina e a missão vivificante dEle. Esses sinais são: (1) a transformação da água em vinho (2.1-11); (2) a cura do filho de um oficial do rei (4.46-54); (3) a cura do homem coxo no Tanque de Betesda (5.1-9); (4) a alimentação de mais de cinco mil pessoas pela multiplicação de alguns pães e peixes (6.1-14); (5) a caminhada de Jesus sobre as águas (6.15-21); (6) a restauração da vista de um homem cego (9.1-41); (7) a ressurreição de Lázaro (11.1-44); e (8) uma surpreendente pesca, presente do Cristo ressurreto para os discípulos (21.1-14). […] O sinal mais importante do poder e da deidade de Jesus é a ressurreição; e João, como testemunha ocular do túmulo vazio, forneceu um relato palpitante e surpreendente e registrou várias ocasiões em que Jesus se manifestou após sua ressurreição. João, o devoto seguidor de Cristo, pintou um fiel retrato do poderoso Senhor, o eterno Filho de Deus. Ao ler a história nesse Evangelho, comprometa-se a crer em Jesus e a segui-lo” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
OVERBO
“O que João quis dizer com “o Verbo”? O termo grego logos, traduzido para o português como “verbo”, foi bastante empregado por teólogos e filósofos, tanto judeus como gregos, mas com significados diferentes. Nas Escrituras Hebraicas, o Verbo é o Agente da criação (SI 33.6), a Palavra, a mensagem de Deus para o seu povo por intermédio dos profetas (Os 4.1), e a lei de Deus, seu padrão de santidade (SI 119.11). Enquanto na filosofia grega, o logos significa o princípio da razão que governa o mundo, o pensamento; na cultura hebraica, é outra forma de referir-se a Deus. Assim, a descrição de Jesus como o Verbo feita por João indica claramente que ele se refere a um ser humano que conheceu e amou, mas ao mesmo tempo o Criador do universo, a suprema revelação de Deus, a Deidade encarnada (1.14), o retrato vivo da santidade de Deus, o único em que tudo subsiste (Cl 1.17). Para os leitores judeus, afirmar que Jesus é a encarnação de Deus é blasfêmia. Para os leitores gregos, dizer que “o Verbo se fez carne” (1.14) era inconcebível. Para João, o novo entendimento sobre o Verbo eram as Boas Novas de Jesus Cristo” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1413).
“A ENCARNAÇÃO: DEUS PÔDE SE TORNAR HOMEM, SEM DEIXAR DE SER DEUS?
[…] A teologia histórica e baseada na Bíblia argumentou que Deus é onisciente (sabe todas as coisas), onipotente (todo-poderoso), sem pecado e não corpóreo (sem um corpo), e que estes atributos são essenciais e necessários para a divindade. Caracteristicamente, os seres humanos não exibem estes atributos. Assim sendo, como pode Jesus ser, simultaneamente, plenamente divino e plenamente humano? Seguindo estas linhas de raciocínio, alguns atacaram a doutrina da encarnação, tentando afirmar que ela é ilógica e contraditória. Esta suposta contradição lógica baseia-se em uma interpretação equivocada fundamental de como a natureza humana é definida, de acordo com Thomas V. Morris em seu livro The Logic of God Incarnate (A Lógica de Deus Encarnado).
[…] O entendimento histórico da Encarnação expressa as crenças de que Jesus Cristo é plenamente Deus — isto é, Ele possui todas as propriedades essenciais de Deus; Jesus Cristo é também plenamente humano — isto é, Ele possui todas as propriedades essenciais de um ser humano.” (Bíblia de Estudo Apologia Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.1892)
NESTORIANISMO E O QUE A BÍBLIA DIZ
“Nestorianismo. É a doutrina que ensinava a existência de duas pessoas separadas no mesmo Cristo, uma humana e uma divina, em vez de duas naturezas em uma só Pessoa. Nestor — ou Nestório, como aparece em outras versões — nasceu em Antioquia. Ali, tornou-se um pregador popular em sua cidade natal. Em 428, tornou-se bispo de Constantinopla. Embora ele mesmo nunca tenha ensinado essa posição herética que leva o seu nome, em razão de uma combinação de diversos conflitos pessoais e de uma boa dose de política eclesiástica, Nestor foi deposto do seu ofício de bispo, e seus ensinos, condenados. Não há nas Escrituras a indicação de que a natureza humana de Cristo seja outra pessoa. […]
O que a Bíblia diz. O ensino bíblico a respeito da plena divindade e plena humanidade de Cristo é claro, mediante as muitas referências bíblicas. O entendimento exato de como a plena divindade e a plena humanidade se combinavam em uma só Pessoa tem sido ensinado desde o início pela igreja, mas só alcançou a forma final na Definição de Calcedônia, em 451. Antes desse período, diversas posições doutrinárias inadequadas quanto às naturezas de Cristo foram propostas e rejeitadas. Primeiro, pelos apóstolos. Depois, pelos chamados pais da igreja.” (GILBERTO, Antônio. et al. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, pp.126,127).