“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz, para o meu caminho.” (Sl 119.105).

Lição 3: A autenticidade que leva à prática da Palavra

Jovens

Lições Bíblicas CPAD – JOVENS – 1º Trimestre de 2025
Data/lição: 19 de janeiro de 2025
Lição 3: A autenticidade que leva à prática da Palavra
TEXTO PRINCIPAL:Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz, para o meu caminho.(Sl 119.105).
RESUMO DA LIÇÃO: A autenticidade no Cristianismo se revela na prática da Palavra de Deus por meio da escuta atenta, obediência e serviço, conforme o exemplo de Jesus.

LEITURA DA SEMANA

  • SEGUNDA – Mt 7.26,27 | O insensato edifica sobre a areia
  • TERÇA – Sl 119.9 | O sábio observa a Palavra
  • QUARTA – Sl 119.8 | A decisão pessoal de observar os estatutos
  • QUINTA – Sl 119.89 | A Palavra é eterna
  • SEXTA – Sl 119.97 | “Quanto amo a tua lei”
  • SÁBADO – Sl 119.112 | Aguardar e cumprir a Palavra

OBJETIVOS:

I – CONSCIENTIZAR da importância de ser pronto para ouvir, tardio para falar e se irar;
II – EXPLICAR as ações que devemos ter referentes à Palavra de Deus;
III – DESTACAR a Palavra e a verdadeira religião.

INTERAÇÃO

Prezado(a) professor(a), na lição deste domingo veremos que a autenticidade no Cristianismo se revela na prática da Palavra de Deus por meio da escuta atenta, obediência e serviço, conforme o exemplo de Jesus.
Como servos(as) de Deus, precisamos ser ouvintes atentos e praticantes dedicados da Palavra de Deus, pois assim daremos o testemunho de que temos uma religião pura e imaculada. Ao ouvir com humildade, agir com obediência e servir com compaixão, demonstramos uma fé viva e verdadeira. Este chamado à prática não só transforma nossas vidas, mas também impacta positivamente nossos alunos, refletindo a luz de Cristo. Assim, somos convidados a viver uma fé autêntica que transcende palavras e se manifesta em atos de amor e justiça.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor(a), sente-se com seus alunos em círculo. Converse com eles explicando que Tiago exorta os crentes a respeito do ouvir e do falar, dizendo: “sabei isto” (19). Depois, faça a seguinte pergunta: “O cristão sábio e piedoso, segundo as Escrituras é o que sempre tem algo a falar?”. Ouça os alunos com atenção e incentive a participação de todos. Em seguida, explique que, de acordo com a Palavra de Deus, o crente sábio não é aquele que tem sempre algo a dizer, mas é o que ouve o que lhe é necessário ouvir, e só então tem algo a falar (Pv 17.27,28). Comente com os alunos a respeito do provérbio popular que diz: “Temos dois ouvidos, mas apenas uma boca; assim podemos escutar mais e falar menos”. O problema de algumas pessoas é que elas não querem ouvir. Explique que a palavra “pronto”, no grego, significa rápido, ligeiro, veloz. Devemos ter rapidez e disponibilidade para ouvir e não para falar ou se irar.
Conclua a roda de conversa explicando que também precisamos estar sempre prontos para ouvir, primeiramente, a voz de Deus. O rei Salomão disse que quando formos à Casa de Deus, melhor é ouvir do que oferecer sacrifícios de tolos (Ec 5.1). Qual foi a última vez que você ouviu a voz de Deus?

TEXTO BÍBLICO

Tiago 1.19-27.
19 — Sabeis isto, meus amados irmãos; mas todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar.
20 — Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus.
21 — Pelo que, rejeitando toda imundícia e acúmulo de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar a vossa alma.
22 — E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos.
23 — Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não cumpridor, é semelhante ao varão que contempla ao espelho o seu rosto natural.
24 — Porque se contempla a si mesmo, e foi-se, e logo se esqueceu de como era.
25 — Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito.
26 — Se alguém entre vós cuida ser religioso e não refreia a sua língua, antes, engana o seu coração, a religião desse é vã.
27 — A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo.

INTRODUÇÃO

A Carta de Tiago é conhecida por sua abordagem prática e direta. Em Tiago 1.19-27, o servo do Senhor desafia os seus leitores a serem “cumpridores da Palavra e não somente ouvintes”, enfatizando a importância de vivermos nossa fé de maneira prática.
Nesta lição, estudaremos a respeito da importância da prática da Palavra de Deus, destacando três pontos principais: o ouvir atentamente, o agir sobre a Palavra e a verdadeira religião.

I. PRONTO PARA OUVIR, TARDIO PARA FALAR E SE IRAR (Tg 1.19)

1. Pronto para ouvir (v.19). Tiago nos aconselha a sermos “prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para se irar”. Ouvir atentamente é o primeiro passo para compreender a Palavra de Deus e então aplicá-la à nossa vida. A escuta atenta é fundamental. Somente os tolos falam sem ouvir primeiro. No entanto, os sábios ouvem atentamente e preparam o coração para receber a instrução divina. O sábio Salomão nos ensina que “responder antes de ouvir é estultícia e vergonha” (Pv 18.13). É importante ressaltar que ouvir não é apenas captar sons, mas prestar atenção, compreender e responder de maneira apropriada. Ouvir implica:
a) Querer aprender. A sabedoria começa com a capacidade de ouvir;
b) Ter empatia e compreensão. Ter empatia, elemento essencial para construir relacionamentos saudáveis e resolver conflitos;
c) Ter discernimento espiritual. O discernimento espiritual nos livra de muitos dissabores em nossa jornada de vida.
2. Tardio para falar (v.19). Tiago nos exorta a sermos cuidadosos e refletir antes de abrir a boca e fazer uso das palavras. Esse cuidado nos leva a evitar respostas impulsivas, precipitadas, que possam causar mala nós ou àqueles que nos ouvem. Precisamos de sabedoria para utilizaras palavras, falando somente aquilo que é bom para edificar, confortar e instruir, evitando fofocas, críticas destrutivas ou mentiras. Se você não tem, peça a Deus o controle da sua língua. Em sua Carta, Tiago destaca o poder da língua para o bem e para o mal (Tg 3.5-10). Controlar esse pequeno órgão do aparelho fonador é sinal de maturidade espiritual, pois “na multidão de palavras não falta transgressão, mas o que modera os seus lábios é prudente” (Pv 10.19).
3. Tardio para se irar. Tiago revela a necessidade de o crente desenvolver o controle emocional e a paciência, fruto do Espírito, para que ele não venha a dar lugar à ira e se torne uma pessoa iracunda. Tenha a certeza de que o furor leva a ações e palavras das quais nos arrependermos mais tarde, fazendo com que venhamos a ferir a nós e ao próximo. A Palavra de Deus nos desafia a exercer a paciência e o autocontrole a fim de responder com paciência, mesmo em situações difíceis de provocação e injustiça. Em Gálatas 5.22,23 somos desafiados a desenvolver o fruto do Espírito (que inclui domínio próprio). Tiago orienta os crentes a reconhecerem que a ira não produz a justiça de Deus (Tg 1.20 — NVT). Além do mais, ela leva a ações destrutivas. Temos de seguir o exemplo do nosso Deus que é tardio em irar-se e cheio de misericórdia (Êx 34.6). Seguir esse exemplo deve ser o ideal do crente. Em Efésios 4.26,27, Paulo traz uma recomendação muito importante a respeito da ira; ele mostra que ficar irado por muito tempo, por um dia, é dar lugar ao Diabo.

II. AÇÕES REFERENTES À PALAVRA DE DEUS

1. Receber a Palavra com mansidão. Tiago 1.21 (NVT) nos encoraja a receber com mansidão a Palavra em nós implantada. Isso significa reconhecer que não sabemos tudo, que temos sempre algo a aprender. Temos a necessidade de orientação diária de Deus, mantendo um coração ensinável. Entretanto, apenas ouvir, sem praticar, é insensatez. É construir utilizando como alicerce a areia (Mt 7.26,27). Tiago afirma também que agir assim é “como o homem que observa o seu rosto natural no espelho” e depois se esquece de sua aparência (Tg 1.23,24). É preciso receber a Palavra com humildade, reconhecendo seu poder e a necessidade que temos de ser transformados (Rm 12.2).
Ouvir a Palavra é importante, mas agir conforme ela ensina é crucial para se ter uma vida cristã saudável, abundante. Tiago 1.22 nos exorta a sermos “praticantes da Palavra, e não apenas ouvintes”, pois a fé genuína se manifesta em ações que refletem a Jesus Cristo.
2. Receber e praticar a Palavra. A prática da Palavra de Deus leva à transformação pessoal e por essa razão, Tiago exorta aos seus leitores a serem “cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (v.22). Ler, meditar e não praticar os preceitos divinos é tolice. Na atualidade, muitos tem o conhecimento, a informação, a formação teológica, mas não são praticantes da Palavra e o conhecimento torna-se apenas teórico. Deus deseja que você conheça a sua Palavra e a pratique, pois a verdadeira fé cristã se manifesta em ações. Quando aplicamos os princípios bíblicos em nossas vidas, nossas ações e palavras revelam o Deus Pai e o Deus Filho. Praticar a Palavra é amar o próximo (Tg 2.8), mesmo aqueles que não seguem a nossa fé, praticar a justiça é viver com integridade (Tg 3.17,18). Somente aqueles que desejam cumprir a Palavra, e se esforçam para isso, são capazes de cuidar dos necessitados conforme nos ensina o Senhor (Tg 1.27), controlar a língua (Tg 3.2-12) e evitar o favoritismo (Tg 2.1-9).
3. Receber a Palavra e obedecê-la. A obediência à Palavra de Deus nos leva a desfrutar de uma vida abundante (Sl 1). Tiago afirma que a prática da Palavra promove felicidade: “Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito (Tg 1.25)”. A lei perfeita é a Palavra de Deus e a verdadeira liberdade é encontrada na obediência a Deus (Jo 8.31,32).
A bênção não está em apenas ouvir, mas em perseverar e colocarem prática os ensinamentos bíblicos. Isso implica um compromisso contínuo e dedicado à aplicação dos princípios bíblicos em todas as áreas da vida (Sl 1.1-3). A Bíblia está repleta de promessas de bênçãos para aqueles que obedecem a Deus, como por exemplo, paz (Fp 4.7), direção (Pv 3.5,6) e prosperidade espiritual (Js 1.8).

III. A PALAVRA E A VERDADEIRA RELIGIÃO

1. A religião pura e imaculada. A verdadeira religião manifesta-se em atos e palavras, pois Deus espera de seus filhos ações condizentes com a nova vida em Cristo (2Co 5.17), ou seja, ações mais éticas, de compaixão e misericórdia. Sabemos que nas Escrituras existem várias recomendações para que venhamos a cuidar dos órfãos e das viúvas, ou seja, dos mais vulneráveis. Por essa razão, Tiago enfatiza que os atos de bondade, misericórdia e amor revelam uma fé autêntica. Cuidar dos necessitados é uma demonstração prática do amor de Cristo (Mt 25.35-40).
2. Vida irrepreensível. Tiago nos adverte a vivermos de modo santo, ou seja, sem a mácula do mundo e isso implica viver de acordo com os princípios bíblicos, resistindo às influências da nossa cultura. Uma vida incontaminada é um testemunho poderoso da autenticidade da nossa fé. Para se ter uma vida ilibada, é preciso estar em constante vigilância contra o pecado e as tentações do mundo.
A Carta de Tiago é muito prática, pois viver uma vida pura e íntegra é um poderoso testemunho da autenticidade da fé cristã. Muitos são levados a Cristo por meio do exemplo de vida dos crentes.

CONCLUSÃO

A autenticidade no Cristianismo se revela na prática da Palavra de Deus. Tiago nos chama a ser ouvintes atentos, praticantes dedicados. Tais atitudes revelam uma religião pura e imaculada. Ao ouvir com humildade, agir com obediência e servir com compaixão, demonstramos uma fé viva e verdadeira. Este chamado à prática não só transforma nossas vidas, mas também impacta positivamente o mundo e os que estão ao nosso redor. Assim, somos convidados a viver uma fé autêntica que transcende palavras e se manifesta em atos de amor e justiça.

HORA DA REVISÃO
1. Segundo a lição, qual o primeiro passo para entender a Palavra?
R: Ouvir atentamente é o primeiro passo para compreender a Palavra de Deus e então aplicá-la a nossa vida.
2. Como as Escrituras denominam quem fala sem ouvir?
R: Tolo. 
3. Controlar a língua é um sinal de quê?
R: Controlar esse pequeno órgão do aparelho fonador é sinal de maturidade espiritual.  
4. Segundo a lição, como devemos receber a Palavra?
R: Tiago 1.21 nos encoraja a “receber com mansidão a Palavra em nós implantada”.
5. Como se manifesta a religião pura e imaculada?
R: A verdadeira religião manifesta-se em atos e palavras, pois Deus espera de seus filhos ações condizentes com a nova vida em Cristo (2Co 5.17). ou seja, ações mais éticas, de compaixão e misericórdia.

Comentarista: Eduardo Leandro Alves

2 thoughts on “Lição 3: A autenticidade que leva à prática da Palavra

  1. “Tiago – 1.22-25. Tiago em nenhum lugar chega mais próximo dos ensinamentos do seu Irmão e Senhor do que na ênfase dessa passagem. Jesus declarou: ‘Nem todo o que me diz: Senhor. Senhor! Entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus’ (Mt 7.21). Tiago ecoa esse ensinamento na forma imperativa: ‘E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos (v. 22). Tiago provavelmente tinha em mente o cenário de uma típica congregação cristã primitiva com seu estilo de adoração típica da sinagoga. O líder lia textos do Antigo Testamento e do Novo para a edificação dos ouvintes. O imperativo aqui não significa simplesmente ‘sede’, mas sim, ‘mostrem-se cada vez mais’. O homem que ouve a verdade, mas não a aceita, e molda sua vida de acordo com essa verdade, é semelhante a um homem que olha para sua imagem no espelho (v. 23), mas para revelar-nos qualquer mancha de sujeira que precisa ser limpa ou sinais de doenças que precisam ser curadas. ‘Seu rosto natural’ é literalmente o ‘rosto do seu nascimento’. ‘O espelho da Palavra de Deus revela o homem como ele é: ele mostra que há algo seriamente errado com a natureza que trouxe para o mundo com ele’ No versículo 25, Tiago continua descrevendo a figura de um espelho, mas sua imagem não pode transmitir toda a verdade. Um espelho reflete somente o rosto que está diante dele, mas a Palavra de Deus nos mostra tanto o que é a nossa natureza humana quanto o que é o ideal divino para nós.”

    (1Comentário Bíblico Beacon. VoL 10. Rio de Janeiro: CPAD, 20 14. p. 163.)

  2. “A Religião Pura e Imaculada (1.26,27). Fazendo eco com seu conselho anterior de ser ‘tardio no falar’ (1.19), e antecipando discussões mais detalhadas do discurso humano que aparecerão posteriormente (3.2-12; 4.11-16), Tiago revela, nesse ponto, que um dos sinais para se saber se o comportamento religioso de alguém é ou não agradável a Deus, é a capacidade de ‘manter a língua sob rédeas curtas’.

    Nesse conselho ele inclui a proibição contra discursos vulgares ou mal intencionados, porém os dois exemplos de discurso impróprio, colocados imediatamente após essa declaração, ilustram outras ofensas da linguagem humana que devem ser refreadas pelos cristãos.

    Os crentes devem estar seguros de que suas palavras e suas ações sejam consistentes umas com as outras. Tiago ilustra esse problema, ao lembrar a seus leitores que já ofenderam a honra das pessoas que estão a seu lado, e que também acreditam que Deus está especialmente preocupado com o uso de uma linguagem que mostre favoritismo dentro da comunidade da fé, o que destrói a unidade da vontade de Deus (2.1-5).

    O discurso humano tanto pode ser usado como sinal dos cuidados de uma piedade religiosa como serve até de pretexto para a falta da prática daqueles atos que Deus poderia desejar (2.15,16). Assim, os crentes deveriam falar apenas daquilo que estão desejosos de colocar em prática: devem ‘praticar o que pregam’, e não cair em ‘vazios religiosos’. Uma pessoa que não controla sua língua, seu modo de falar, engana a si próprio, e sua religião não serve para nada (v.26).

    […] Aos olhos de Deus, uma religião pura e imaculada tem tanto a ver com o que fazemos como com o que deixamos de fazer. Em parte por ter suas raízes nos movimentos de renovação da santidade, em parte por causa de sua rejeição ao ‘movimento do evangelho social’ do início do século vinte, os pentecostais foram rápidos em realçar a santidade das pessoas e lentos ao se pronunciar a respeito da responsabilidade social. Tiago nos lembra que isso não é uma questão de ‘fazer isto ou aquilo’ mas de fazer ‘tanto isto como aquilo’”

    (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 4ª Edição, RJ: CPAD, 2004, pp.1669,70).

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