Lições Bíblicas CPAD – JOVENS – 1º Trimestre de 2025
Data/lição – 02 de março de 2025
Lição 9 – Autenticidade e julgamento alheio
TEXTO PRINCIPAL – “Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo.” (Rm 14.10)
RESUMO DA LIÇÃO – Deus, em sua soberania, é o único juiz com conhecimento perfeito e justiça imparcial.
LEITURA DA SEMANA
- Segunda – Jo 8.7 >> Quem pode atirar a primeira pedra?
- Terça – Rm 2.1 >> Você é indesculpável quando julga
- Quarta – 1 Co 4.5 >> Nada julgueis antes do tempo
- Quinta – Gl 6.1 >> Trate os que erram com mansidão
- Sexta – Ef 4.32 >> Aja com benignidade
- Sábado – 1 Pe 4.8 >> O amor cobrirá uma multidão de pecados
OBJETIVOS:
COMPREENDER a natureza do julgamento alheio;
EXPLICAR a soberania de Deus com o único juiz;
DESTACAR a importância da humildade e a compreensão entre irmãos.
INTERAÇÃO
Prezado(a) professor(a), na lição deste domingo veremos o que a Carta de Tiago nos ensina a respeito do falar mal do irmão e julgá-lo. A tendência humana de julgar precipitadamente, sem pleno conhecimento é muitas vezes resultado do nosso orgulho, por isso deve ser substituída por uma atitude de humildade e compreensão. Deus, sendo o único juiz justo e conhecedor de todas as coisas, nos chama a deixar toda avaliação em suas mãos e a focar na nossa própria transformação. Ao evitar a condenação e promover a misericórdia, refletimos a verdadeira autenticidade cristã e caminhamos mais próximos ao coração de Deus. Que em nosso cotidiano, possam os praticar a graça e a compaixão, deixando o julgamento para aquEle que é verdadeiramente digno e capaz de exercê-lo.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, inicie a lição fazendo a seguinte indagação: “Qual o perigo de se julgar alguém ou falar mal dele?” Ouça os alunos com atenção. Explique que falar mal de um irmão ou julgá-lo é tornar-se juiz. Quando condenam os um a pessoa, estamos condenando o nosso próximo e aquEle que o criou, o próprio Deus. Somente o Todo-Poderoso tem poder para julgar e legislar em favor das suas criaturas. Diga que o Mestre nos ensinou que antes de julgar o nosso próximo devem os examinar a nós mesmos. Em seguida leia e discuta com os alunos o texto de Mateus 71-3.
TEXTO BÍBLICO
Mateus 7 1-5
1 Não julgueis, para que não sejais julgados.
2 Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir avós.
3 Por que reparas tu no argueiro que está no olho de teu irmão e não vês a trave que está no teu próprio olho?
4 Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?
5 Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.
Tiago 4.11,12
11 Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem que fala mal de um irmão e julga a seu irmão fala mal da lei e julga a lei; e, se julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz.
12 Um só é Legislador e Juiz, que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?
INTRODUÇÃO
Já sabem os que a Carta de Tiago é rica em conselhos práticos para uma vida cristã próspera. Na lição deste domingo veremos os conselhos e advertências a respeito do julgamento alheio. Tiago nos exorta que todo e qualquer julgamento pertence exclusivamente a Deus. Então, vamos refletir a respeito da natureza do julgamento dos homens, a soberania de Deus como único juiz e a necessidade de praticar a humildade e a compreensão nas relações interpessoais.
I – A NATUREZA DO JULGAMENTO HUMANO
1. Cuidado com a precipitação. Muitas vezes, julgamos precipitadamente um a pessoa, sem conhecer todos os fatos. Esse julgamento pode nos levar a cometer injustiças. Por isso Tiago aborda os efeitos maléficos dos conflitos, disputas e o julgamento entre os irmãos. Ele identifica o orgulho e a cobiça como as raízes desses conflitos e chama os crentes à humildade e à submissão a Deus.
A exortação “não faleis mal uns dos outros” é uma advertência divina para evitar qualquer forma de calúnia, difamação ou crítica. No grego, a expressão utilizada é katalaleite, que pode ser traduzida como “caluniar” ou “difamar” pessoas ausentes, que não podem se defender das injúrias. Falar mal dos outros prejudica a reputação alheia, m as também mina a unidade e o amor dentro da igreja levando à mornidão espiritual.
2. Falta de conhecimento. Somos limitados em nosso conhecimento. Por isso, quando julgamos os outros, baseamo-nos geralmente em informações que muitas vezes podem estar incompletas ou erradas.
Tiago prossegue dizendo que quem fala mal de um irmão e julga a seu irmão, na verdade, fala mal da Lei e julga a Lei. Aqui, “lei” provavelmente se refere à “Lei Régia” mencionada em Tiago 2.8: “Amarás a teu próximo como a ti mesmo.” Criticar e julgar os outros é, portanto, uma violação direta desse mandamento.
Ao julgar a Lei, a pessoa se coloca acima dela, assumindo um a posição de autoridade que pertence exclusivamente a Deus. Tiago está enfatizando a presunção e a arrogância de quem se acha no direito de julgar os outros. Isso é particularmente grave porque a função do cristão é observar e obedecer a Lei, não julgar.
3. Julgamento e orgulho. O julgamento humano é frequentem ente influenciado pelo orgulho. Ao julgar os outros, muitas vezes, nos consideramos melhores ou mais justos, ignorando nossos próprios defeitos e falhas. O julgamento, com o resultado do orgulho, não só nos prejudica espiritualmente, mas também prejudica nossos relacionamentos. Ele cria divisões, ressentimentos e impede a verdadeira comunhão.
O orgulho é um sentimento negativo que nos faz sentir superiores aos outros. Ele nos impede de enxergar as nossas próprias falhas e nos leva a focar nos erros dos outros. Nas Escrituras Sagradas, este sentimento é repetidamente condenado com o um pecado que nos afasta de Deus. Quando julgamos os outros com base em nossas percepções e sentimentos estamos essencialmente dizendo que somos melhores ou mais justos do que eles. Esse é um ato de presunção que contraria a humildade, a santidade e a justiça de Deus
SUBSÍDIO 1
II – A SOBERANIA DE DEUS COMO ÚNICO JUIZ
1. Deus conhece tudo. Tiago 4.12 afirma: “Há um só Legislador e um Juiz, que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?” Deus é o único que possui conhecimento perfeito (onisciência) de todas as situações e das intenções dos corações humanos. Por essa razão somente Ele tem autoridade para julgar, salvar e destruir. Ao tomar para nós o papel de juiz, estamos usurpando a autoridade do Senhor.
Deus, sendo onisciente, possui conhecimento perfeito sobre todas as coisas. Ele conhece cada detalhe de nossas vidas, incluindo nossos pensamentos, intenções, motivações e circunstâncias (Jr 17.10). Esse conhecimento absoluto garante que seus julgamentos sejam sempre perfeitos e equitativos, pois Ele vê além das aparências e entende a totalidade da situação
2. Justiça perfeita. Somente Deus é justo. Sua justiça é parte da sua natureza santa, ao contrário do ser humano que é imperfeito e injusto. Em Deuteronômio 32.4, Moisés nos diz que “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos juízo são; Deus é a verdade, e não há nele injustiça; justo e reto é.” Deus julga com equidade, assegurando que cada pessoa receba exatamente o que merece, de acordo com sua perfeita justiça.
3. Autoridade exclusiva. Deus possui autoridade exclusiva para julgar porque Ele é o Criador de todas as coisas. Sua soberania abrange todo o universo e, por ser o Criador, tem direitos sobre as criaturas. Cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. A usurpação dessa autoridade é uma afronta à soberania divina, e um sinal de falta de humildade e submissão da nossa parte. A Bíblia ensina que haverá um julgamento final, onde o Senhor julgará todos os seres humanos com base em suas obras e em sua fé em Cristo (Ap 20.12).
SUBSÍDIO 2
III – A HUMILDADE E A COMPREENSÃO ENTRE IRMÃOS
1. Evite criticar. Tiago nos aconselha a não falar mal uns dos outros (v. 11) e para que isso aconteça, precisam os ter uma atitude de humildade com os nossos irmãos, reconhecendo nossas próprias falibilidades. Ao nos lembrar de que som os pecadores e que necessitamos da graça de Deus, nos tornamos mais humildes e menos propensos a criticar e falar mal dos outros. A humildade nos leva a agir com compaixão e misericórdia, em vez de críticas. Não podemos jamais compactuar com os erros dos irmãos, mas precisam os orar para que haja arrependimento e crer no perdão e na misericórdia divina.
2. Ame. Quando você for criticar alguém lembre-se da lei do amor de Deus (Mt 22.37-40) e diga algo bom. Jesus ensina em Mateus 7 .3 -5 que devemos primeiro remover a trave do nosso próprio olho antes de tentar remover o cisco do olho do nosso irmão. Obedecer ao mandamento de amar ao próximo implica falar e agir de maneira a edificar, e não a destruir. O amor ao próximo é um dos pilares do ensinamento cristão e o verdadeiro amor se manifesta em palavras e ações que promovem o bem-estar e o crescimento do outro. Falar mal dos outros e vivencia falta de amor. Quando amamos o próximo com o a nós mesmos, tratamos as falhas dos outros com a mesma com preensão e paciência com que gostaríamos de ser tratados.
3. Seja misericordioso. Um a atitude de com preensão e misericórdia reflete o caráter de Cristo em nós. Se quisermos ter bons relacionamentos, precisamos nos esforçar para entender as circunstâncias e lutas dos outros, oferecendo apoio e compaixão em vez de julgamento.
SUBSÍDIO 3
CONCLUSÃO
Esta lição nos oferece uma visão clara sobre o julgamento alheio, enfatizando que essa prerrogativa pertence exclusivamente a Deus. A tendência humana de julgar precipitadamente, sem pleno conhecimento e muitas vezes por orgulho, deve ser substituída por uma atitude de humildade e compreensão. Deus, sendo o único juiz justo e conhecedor de todas as coisas, chama-nos a deixar toda avaliação em suas mãos. Ao evitar a condenação e promover a misericórdia, refletimos a verdadeira autenticidade cristã e caminhamos mais próximos do coração de Deus. Que possamos praticar a graça e a compaixão, deixando o julgamento para aquEle que é verdadeiramente digno e capaz de exercê-lo.
HORA DA REVISÃO
1. Segundo a lição, qual a origem dos conflitos, disputas e julgamento entre irmãos?
O orgulho e a cobiça.
2. O que frequentemente influencia o julgamento humano?
O julgamento humano é frequentemente influenciado pelo orgulho.
3. O que o orgulho nos faz sentir?
O orgulho é um sentimento negativo que nos faz sentir superiores aos outros.
4. Quem é o Único que conhece tudo?
Deus é o único que possui conhecimento perfeito (onisciência), de todas as situações e das intenções dos corações humanos, por essa razão somente Ele tem autoridade para julgar, salvar e destruir.
5. O que a humildade e a atitude de misericórdia revelam?
Revelam o caráter de Cristo em nós
Comentarista: Eduardo Leandro Alves
SUBSÍDIO 1
“Tiago nos ensina que falar mal do irmão e julgá-lo nos torna juiz da lei. Sabem os que só existe um único juiz e legislador — Deus. Quem somos nós para julgar nossos irmãos em Cristo?
Como seres humanos som os falhos, imperfeitos e não conhecem os o que vai no interior de cada um. Deus é santo, justo e conhece as nossas verdadeiras intenções, por isso, som ente Ele tem com o julgar as pessoas com retidão. Em o Novo Testamento, Jesus afirmou que a lei se resume em dois mandamentos, amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo. Quem ama o seu irmão não o julga. E quem não ama já está descumprindo a lei divina. Quais têm sido suas atitudes para com seus irmãos? Você os ama, os compreende, ou tem se colocado diante de cada um com o um juiz impiedoso? Não se esqueça das advertências do nosso Mestre: “Não julgueis, para que não sejais julgados, porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós” (Mt 71,2). “Julgar ou submeter-se à Lei? Tiago inicia um a transição da convocação dos crentes para o seu preparo para o iminente julgamento, exortando-os a cumprir sua responsabilidade perante os semelhantes que, por sua vez, também o enfrentarão. Faz essa mudança de retórica e repetindo o aviso feito em 3.1, que voltará a focalizar em 5.1- 9, aconselhando a respeito da atitude que as pessoas devem ter para com seus semelhantes. Tiago é claramente enfático na sua denúncia sobre com o os crentes, às vezes, tratam os outros (‘não faleis mal uns dos outros’, v. 11). Essa tendência de falar julgando e condenando os outros, talvez sem um verdadeiro motivo (calúnia), certamente representa uma das razões pelas quais ele previne contra o orgulho de assumir responsabilidades de um ensinador (3.1). O adequado papel de um mestre é convencer do erro do seu caminho um pecador’ (5.20), e não o condenar (cf. 7 1-5) “(Adaptado de Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2. ed. Rio de Janeiro. CPAD; 2004. p. 1683).
SUBSÍDIO 2
“Tiago identifica dois problemas que se originam quando as pessoas reivindicam as prerrogativas de um julgamento que por direito pertence somente a Deus, o ‘único Legislador e Juiz’ (v. 12). Ao condenarmos outros, estamos principalmente condenando a própria lei. Talvez Tiago acreditasse que esse era o caso porque quando condenamos as pessoas estamos condenando aqueles que foram ‘feitos à semelhança de Deus’ (3.9), e assim, implicitamente, estamos condenando o próprio Deus (cf. Rm 14.1-8). Aqueles que julgam os semelhantes estão se posicionando como juízes acima da lei ao invés de submeterem-se a ela (‘se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz’, Tg 4.11); isto é, inevitavelmente o padrão de comportamento que reproduz o desejo do juiz humano e não a vontade de Deus (veja 413-17) Ao invés de nos atermos às omissões dos semelhantes na obediência à lei de Deus, deveriam os nos concentrar em nossa submissão a Ele (4.7) e à sua lei’” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2004, p. 168)
SUBSÍDIO 3
Professor(a), explique que, como crentes, devem os evitar as críticas e amar a todos. Porém, “Cristo não negou a necessidade de exercitar o discernimento ou de fazer julgamentos de valores com relação ao pecado na vida dos outros. Certamente devemos fazer isto a fim de nós mesmos evitarmos o pecado.” (Adaptado da Bíblia de Estudo Pentecostal para Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, p. 1210.)