O conhecimento acerca dos acontecimentos históricos do período interbíblico é fundamental para entendermos todo o pano de fundo do mundo em que Jesus viveu, desde a língua grega até a existência dos Fariseus e Saduceus.

Lição 13 — Quatrocentos anos de silêncio

Juvenis

Lições Bíblicas CPAD – Juvenis – 1º Trimestre de 2025
Data/lição — 30 de março de 2025
Lição 13 — Quatrocentos anos de silêncio
Texto base — “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei.” (Gl 4.4)

LEITURA DA SEMANAL

  • SEG – Am 8.11,12 >> Fome da Palavra do Senhor
  • TER – Ez 7.23-27 >> O silêncio dos profetas
  • QUA – Lm 2.9 >> Profetas sem visão
  • QUI – 1 Ts 5.19,20 >> Não desprezem as profecias
  • SEX – Dt 18.181 >> Um profeta como Moisés
  • SÁB – Hb 1.1-3 >> Deus fala por meio do Filho

LEITURA BÍBLICA EM CASSE:
Salmos 74.1-9
1 Ó Deus, por que nos rejeitaste para sempre? Por que se acende a tua ira contra as ovelhas do teu pasto?
2 Lembra-te da tua congregação, que compraste desde a antiguidade; da tua herança que remiste, deste monte Sião, em que habitaste.
3 Levanta-te contra as perpétuas assolações, contra tudo o que o inimigo tem feito de mal no santuário.
4 Os teus inimigos bramam no meio dos lugares santos; põem neles as suas insígnias por sinais.
5 Parecem-se com o homem que avança com o seu machado através da espessura do arvoredo.
6 Eis que toda a obra entalhada quebram com machados e martelos.
7 Lançaram fogo ao teu santuário; profanaram, derribando-a até ao chão, a morada do teu nome.
8 Disseram no seu coração: Despojemo-los de uma vez. Queimaram todos os lugares santos de Deus na terra.
9 Já não vemos os nossos sinais, já não há profeta; nem há entre nós alguém que saiba até quando isto durará.

CONECTADO COM DEUS
Chegamos ao fim do trimestre e esperamos que tenha sido de grande ajuda para elevar o seu conhecimento bíblico, auxiliando-o a compreender melhor a ordem dos fatos históricos e a lógica de arrumação dos livros do Antigo Testamento.
“Até aqui nos ajudou o Senhor” (1 Sm 7,12b). Não só nos ajudou como também nos sustentou. Especialmente quando conseguimos chegar à conclusão de um ciclo, fica um grande sentimento de gratidão. De fato, é importante que assim seja, pois a gratidão é um dos propulsores para as próximas conquistas. Portanto sejamos grato a Deus por tudo que viveu até chegar aqui. Como diz o refrão do hino 370 da nossa Harpa Cristã:
“Mais grato a Ti, mas grato a Ti
Mais consagrado ó faz-me, Senhor!
Mais humilhado e cheio de amor
Faz-me mais grato a Ti, mas grato a Ti.”

OBJETIVOS:
Expor o contexto histórico da época, que cooperou para a difusão do Evangelho em grego;
Apresentar os principais acontecimentos do período Macabeu;
Refletir sobre a expectativa Messiânica dos judeus, que diferem das profecias bíblicas.

ANTES DA AULA
Querido(a) professor(a), chegamos ao final de mais um trimestre, proporcionando a nossos alunos um aprendizado valioso e panorâmico sobre o Antigo Testamento. Parabenizamo-lo pelo seu empenho e dedicação ao ministério do ensino, cientes de que a maior recompensa, certamente, já foi provida pelo Senhor para a sua vida.
Procure ouvir os seus alunos, a fim de obter feedbacks sobre o que mais os agradou ou desagradou na dinâmica da aula, qual história mais chamou a atenção, que lição foi mais marcante e por qual motivo, etc. Veja também se desejam sugerir ideias para tornar a aula mais atrativa para eles. De toda forma, tenha a plena certeza que a Palavra do Senhor não voltou vazia (Cf. Is 55.10.11) e continuará germinando nos corações deles. Tenha um ótimo encerramento de trimestre e, desde já, motive a sua classe para o tema do próximo domingo.

1.O PERÍODO INTERBÍBLICO

1 A atividade profética na Bíblia
O Antigo Testamento se encerra com as profecias de Malaquias. Só há registro de atividade profética nas Sagradas Escrituras cerca de 400 anos depois, com João Batista, a “Voz do que clama no deserto”, profetizado por Isaías (Is 40.3; Mt 3). Contudo, na passagem acerca da apresentação de Jesus no Templo, ainda bebê, há menção à “profetisa Ana” e a Simeão, homem temente a Deus sobre o qual estava o Espírito Santo, que na ocasião revelou acerca de Jesus: ‘Eis que este é posto para queda e elevação de muitos em Israel’ (Cf. Lc 2.25-38).
1.2. O “silêncio” de Deus
Os quatro séculos entre o fim do AT e início do NT compreendem o período intertestamentário também chamado de período interbíblico. Comumente é falado quatrocentos anos de “silêncio” por não haver registro de uma atividade profética escrita em toda a nação.

2. O CONTEXTO HISTÓRICO DA ÉPOCA

2.1. A dominação Grega
Durante esse período, Alexandre, o Grande, tornou-se o maior imperador do antigo Oriente Médio, ao derrotar o Império Persa. Ele era filho de Felipe da Macedônia, um renomado perito militar e diplomata que formou um numeroso exército, transformando a pequena Macedônia num império. Felipe morreu aos 47 anos e Alexandre assumiu o seu lugar com apenas 20 anos. Considerado um gênio militar. Alexandre fora educado pelo filósofo Aristóteles, grande pensador da Grécia Antiga.
Alexandre deu continuidade à expansão grega de seu pai. Com ideal expansionista, derrotou o Império Persa. Ele acreditava “unir o mundo”, obrigando a todos os povos conquistados por ele a aprender toda a cultura grega: língua, artes, filosofia etc.
2.2. A influência de Alexandre, o Grande
Assim, o pensamento grego expandiu-se sobre a filosofia, arquitetura, inclusive religião. Surgiram bibliotecas e universidades na Alexandria e em outros lugares. E mesmo após a morte de Alexandre, com apenas 33 anos, povos diferentes podiam comunicar-se com uma língua em comum, o grego. Isso foi de grande importância para o Evangelho, criando a possibilidade da pregação das Boas-Novas numa língua universal, pois o AT foi traduzido do hebraico para o grego neste período, a conhecida Septuaginta.
Antes de seu falecimento, seus principais generais dividiram o Império em quatro porções, duas das quais são importantes para o desenvolvimento histórico do NT: a porção dos Ptolomeus e a dos Selêucidas. O império dos Ptolomeus centralizava-se no Egito, tendo Alexandria por capital. Já os Selêucidas tinham por centro a Síria, e a Antioquia era a sua capital. A Palestina tornou-se vítima das rivalidades entre os Ptolomeus e os Selêucidas.

<<INTERAÇÃO>>
No decorrer do tópico 3, indague à classe o que vocês sabem sobre os fariseus? Os registros nos Evangelhos, que mostram Jesus irado, quase sempre são em relação aos fariseus. Geralmente, o contexto dessas ocasiões era este grupo, cego pela religiosidade, perseguindo Jesus por seus atos misericordiosos (Cf. Mt 12). Questione-os sobre as diferenças entre religiosidade e espiritualidade. reforçando a mensagem de Jesus, em resposta aos próprios fariseus (v.7) Como pudemos ver nesta lição, este grupo surgiu com um bom propósito e intenção nobre de fender os judeus, o povo de Deus, da perseguição e do extermínio. Isto nos serve de exemplo: não adianta só começarmos bem e com boas intenções na caminhada com Deus. Precisamos permanecer com o coração sempre puro, humilde e quebrantado diante do Altíssimo. Frise que, como cristãos, temos que refletir amor, misericórdia e graça (favor imerecido), com o fim de parecermos com Cristo, não com os religiosos que o combatiam. Muitas vezes, os fariseus, pensando prestar um serviço a Deus, maltratavam o próprio Filho dEle.

3. O PERÍODO MACABEU

3.1. Os judeus reagem à oposição
O período Macabeu começa com a revolta iniciada por Matatias, um sacerdote indignado com a tentativa de Antíoco Epifânio de destruir os judeus e o judaísmo. Ele reuniu leais compatriotas e iniciou uma revolta em oposição ao governo, quando fora obrigado a oferecer um sacrifício pagão e, obviamente, recusou-se. Matatias matou o agente, e fugiu com seus cinco filhos: Judas, Jônatas, Simão, João e Eleazar. Essa família era chamada de Macabeus, devido ao apelido Macabeu conferido a Judas, um de seus filhos.
Todo este período foi marcado por muitas guerras e perseguições até a restauração se concretizar. Um desses conflitos mais conhecido é a Revolta dos Macabeus. Tudo isso intensificou os dois movimentos que viriam a se tornar: os Fariseus e os Saduceus. Os Fariseus surgiram do grupo purista e nacionalista. Os Saduceus tinham uma visão menos purista.
3.2. Os judeus obtém êxito
Um marco histórico foi quando Judas, um dos filhos de Matatias, entrou em Jerusalém, reedificou o Templo e os judeus assim recuperaram a liberdade religiosa, dando origem à Festa da Dedicação (Jo 10.22). entre 165 e 164 a.C. Tal acontecimento restaurou a nação da decadência política e religiosa, criando um espírito nacionalista e de unidade. Foi a renovação da religião judaica, do zelo pela Lei e da esperança messiânica.
Entretanto, como sabemos, a expectativa era equivocada, pois aguardava a vinda de um líder político, super-humano, especialmente, após a tomada de Jerusalém pelos romanos, em 63 a.C. Assim, não reconheceram Jesus, o verdadeiro Messias, que veio para fazer uma libertação espiritual e não política ou geográfica. Por isso, muitos judeus o rejeitaram, cumprindo-se assim as profecias (Is 53 3).
Mas essa história continua e o nosso estudo também. Aguarde o trimestre em que faremos uma viagem pelo Novo Testamento. Até lá!
SUBSÍDIO

CONHEÇA SEUS ALUNOS
Especialmente por estarem sob o estresse de tantas mudanças físicas, hormonais, psicológicas e sociais, que ocorrem ao mesmo tempo nesta faixa etária – os seus juvenis, muitas vezes, são estigmatizados como questionadores e rebeldes.
Entretanto, especialistas alertam que o ato de contestar é saudável, devendo ser orientado, jamais proibido. Quando há algum comportamento realmente rebelde, os responsáveis devem ligar o alerta, pois pode se tratar de um pedido de ajuda.
Normalmente, adolescentes manifestam um comportamento rebelde quando algo não vai bem e não sabem lidar com isto. Às vezes, tal jovem pode estar passando por conflitos facilmente contornáveis, mas que para ele são muito difíceis, já que, nesta idade, suas emoções atuam de maneira intensa. Entretanto, em outros casos, pode ser de fato algo grave.
Seja qual for o caso, ao observar mudança brusca de comportamento em seu juvenil, procure ajudá-lo. Converse e ore com ele e ainda que omita o que está passando, permaneça atento e em oração por esta vida.

PARA CONCLUIR

O conhecimento acerca dos acontecimentos históricos do período interbíblico é fundamental para entendermos todo o pano de fundo do mundo em que Jesus viveu, desde a língua grega até a existência dos Fariseus e Saduceus.
Nas promessas divinas não há evidências que indiquem um Messias guerreiro, que restauraria Israel por meio de ações militares, como muitos judeus desejam, mas sim do Messias que restauraria a relação do homem com Deus, tal como cumprido pelo nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

HORA DA REVISÃO

1. Qual é o nome dado para o período de anos de silêncio profético?
R.: Período intertestamentário ou período interbíblico.
2. Qual era o ideal de Alexandre, o Grande?
R.: Ele possuía o ideal expansionista de levar toda a cultura grega para o mundo.
3. Os Macabeus fizeram oposição a que governo e por quê?
R.: Ao governo de Antíoco Epifânio por ele tentar destruir os judeus.
4. Como era a expectativa messiânica dos judeus?
R.: Os judeus aguardavam um Messias político, guerreiro, como o rei Davi, que devolveria Israel aos tempos de glória.
5. Qual texto bíblico fala de um Messias + sofredor e rejeitado?
R.: Isaías 53

Comentarista: Thiago Panzariello

1 thought on “Lição 13 — Quatrocentos anos de silêncio

  1. SUBSIDIO

    Fariseus
    “Sucessores dos hassidim (‘os piedosos’) do século II a.C., formavam um partido religioso puritano.
    1. Seu principal interesse era a observância da Lei de Moisés;
    2. Conferiam igual valor às tradições dos anciãos e às Escrituras Sagradas;
    3. Criam na existência dos anjos e demônios e na vida após a morte;
    4. Davam grande ênfase aos aspectos práticos de seus ensinamentos, como a oração, o arrependimento e as obras assistenciais.
    5. Embora poucos, em número, sua influência social e política era considerável.
    6. A maioria dos escribas pertencia a este grupo.
    7 Sua rigidez e separatismo degenerou-se em mero legalismo, em arrogância e menosprezo pelos demais.
    8. Jesus não criticou a ortodoxia dos seus ensinamentos, mas a sua falta de amor e orgulho.

    Saduceus
    Em sua maioria, eram sacerdotes e ricos aristocratas. É provável que tenham surgido no período macabeu:
    1. Não reconheciam a autoridade da tradição oral;
    2. Negavam a existência do mundo espiritual;
    3. Não criam na ressurreição dos mortos nem na vida futura;
    4. Aceitavam como canônicos apenas os livros de Moisés;
    5. Interpretavam a Lei de maneira literal;
    6. Eram simpáticos à cultura helenista;
    7. Contavam com pouco apoio popular;
    8. Eram renhidos adversários dos fariseus.”
    (Bíblia de Estudo Pentecostal Rio de Janeiro: CPAD, p.1380)

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