Lições Bíblicas CPAD – ADOLESCENTES – 1º Trimestre de 2025
Data/lição: 02 de fevereiro de 2025
Lição 5: O grande erro da humanidade
A mensagem: “Pois o salário do pecado é a morte, mas o presente gratuito de Deus é a vida eterna, que temos em união com Cristo Jesus, o nosso Senhor.”
Leitura bíblica: Gênesis 3.1-15
Devocional
- Segunda: Gn 2.17
- Terça: Is 59.2
- Quarta: At 2.38
- Quinta: R m 3.2 3
- Sexta: 1 Jo 1.8.9
- Sábado: 1 Jo 2.1.2
OBJETIVOS:
DESTACAR a origem do pecado;
APRESENTAR as consequências do pecado para toda a humanidade;
MOSTRAR a promessa divina de redenção dos homens.
Ei Professor!
Um dos pontos marcantes da pós-modernidade é a defesa da não existência de verdades absolutas. Em relação ao pecado, a implicação dessa ideia é ainda mais grave, visto que não poucas pessoas defendem que a ideia de pecado é relativa, negando, assim, o padrão bíblico para aferir o que é certo e o que é errado.
Por isso, a presente aula e desafiadora. Pois cabe a você mostrar aos alunos que o pecado é real e que ele tem consequências terríveis para o homem.
Mostre aos seus alunos que o peca do é algo grave e que, como cristãos devem os nos afastar de práticas pecaminosas. Ore para que o Espírito Santo convença seus alunos do peca o, da justiça e do juízo.
Ponto de Partida
Você deve incentivar sempre a participação dos alunos em todas as aulas. Eles devem falar, expor suas ideias e fazer perguntas. Para iniciar a presente aula, solicite que dois ou três voluntários se apresentem para contar uma experiência que demonstre: desobediência, erro e consequência.
Ao tratar dos fatos narrados pelos alunos, como devido cuidado, mostre a toda classe que a desobediência vem acompanhada de consequências, algumas reversíveis e outras insuperáveis. Com essa abordagem, estimule aos alunos a entenderem o pecado de Adão e Eva, bem como os problemas que ele trouxe a toda humanidade. Ao final do tópico 3. celebre com a classe o fato de Deus ter enviado Jesus Cristo ao mundo para salvar-nos dos nossos pecados.
VAMOS DESCOBRIR
O mundo nem sempre foi um ambiente perigoso, com pandemias, mortes, catástrofes e outros males. Antes do pecado, tudo era perfeito.
Porém, Adão e Eva, representando toda a humanidade, resolveram desobedecer ao mandamento divino e assumir as consequências desse ato. Você sabe os detalhes dessa história, do maior erro da humanidade?
Vamos aprender mais sobre o assunto nesta lição.
Hora De Aprender
I – A ORIGEM DO PECADO
O que é pecado? Basicamente, é desobediência à vontade divina (1 Jo 3.4), é errar o alvo proposto por Deus (Sl 25.7), é transgredir o mandamento perfeito do Senhor (Rm 3.23).
1. A ordem dada ao homem.
Ao plantar o jardim com diversidade de frutas para sustento dos humanos. Deus lhe disse que poderia comer de tudo, menos da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.16,17). A ordem não era complexa; não foi difícil compreender, bastava não comer daquele fruto, somente isto, e o homem não teria problemas em sua vida perfeita no Éden.
Por que Deus deu aquele mandamento a Adão? Deus só dá mandamentos que sejam possíveis de serem cumpridos. Assim, aquela árvore proibida era como um termômetro da obediência de Adão, não comer o fruto era uma declaração de amor ao Criador, uma manifestação de confiança em Sua bondade, pois os mandamentos do Senhor são perfeitos (Sl 119.96).
2. A desobediência no jardim.
No Éden, havia uma cobra. O Diabo, usou a cobra. — É ele quem tenta todas as pessoas para caírem em pecado (Ap 12.9). A cobra iniciou um diálogo com Eva. A primeira estratégia foi questionar o conteúdo do mandamento do Criador. Então, a cobra perguntou se estavam proibidos de comer de todas as frutas do jardim. Eva disse que poderiam comer todas, menos uma, a que daria conhecimento do bem e do mal, pois acabariam morrendo se o fizessem (Gn 3.1-3). Em resposta, a cobra disse que era mentira, que não morreriam coisa nenhuma, mas se comessem o que aconteceria é que os olhos de Eva e Adão seriam abertos e eles seriam como Deus, conhecedores do bem e do mal (Gn 3.4,5).
Eva não resistiu, viu que a fruta era bonita, desejável e que poderia dar a ela conhecimento, então, comeu; deu da fruta a Adão e este também comeu (Gn 3.6); Adão não foi enganado, o que torna seu erro mais grave. Assim, entrou o pecado no mundo. Após a desobediência, em lugar de conhecimento, Adão e Eva provaram pela primeira vez o medo (Gn 3.10).
I AUXÍLIO TEOLÓGICO
II – AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO
1. Consequências para o homem.
A recompensa do pecado foi a morte (Gn 2.17). A morte entrou no mundo mediante o pecado do ser humano e ela opera de três formas:
• Morte física (M t 10.28; Jo 11.14): este mal que atinge a todos, crentes e ímpios, ricos e pobres, manifesta-se de diversas maneiras, seja na debilidade do corpo pelos muitos anos de vida, seja por acidentes, ou até mesmo em atos de violência;
• Morte espiritual: é a separação entre o homem e Deus, é a condição dos que estão separados por não terem confessado a Jesus como salvador (Jo 6.50-53; Rm 7.11);
• Morte eterna: as pessoas que morrerem sem Cristo, serão condenadas a um estado de separação eterna de Deus (Ap 20.12,14).
2. Consequências para a natureza.
A natureza também recebeu uma pena por ocasião do pecado, pois a partir da sentença divina a terra não daria mais seu fruto com facilidade, mas produziria matos e espinhos. Adão deveria trabalhar de forma dura para conseguir seu sustento (Gn 3.17,18).
Houve desequilíbrio no produto da terra e na vida dos próprios animais, que também foram destinados a serem mortos para alimentação dos homens (Gn 9.3). Por isto, a natureza clama e geme pela restauração que virá da parte do Senhor (Rm 8.19-22), quando no futuro não haverá mais maldição (Ap 22.3).
II AUXÍLIO TEOLÓGICO
III – A PROMESSA DE SALVAÇÃO
1. Deus promete uma solução para o pecado.
Diante do pecado de Adão e Eva, Deus afirmou que haveria inimizade entre a cobra e a mulher. Também disse que o descendente de Eva feriria a cabeça do animal mentiroso, bem como a cobra feriria o calcanhar do fruto do ventre da mulher (Gn 3.15). Esta promessa estava ligada ao envio de Cristo à terra, que é a solução para o pecado do homem (2 Co 5.19). Ela já anunciava o triunfo de Cristo, que ocorreu quando Ele morreu na cruz e ressuscitou.
No Antigo Testamento estão muitas outras promessas ligadas à vinda do Salvador. O Salmo 22.6-18 fala de seu sofrimento; Zacarias 12.10 fala dele sendo transpassado;
Também foi dito que o Messias seria um profeta (Dt 18.15), sairia de Belém (Mq 5.2), uma pequena cidade de Israel, e nasceria de uma virgem (Is 7.14). Paulo, escrevendo aos gálatas (3.13), lembra do escrito de Moisés dizendo que maldito é o que for pendurado no madeiro (Dt 21.23). Assim, séculos antes de Roma adotar a prática da crucificação como de pena de morte, a Bíblia já informava a morte do Cristo por esse meio cruel.
2. O nascimento do Salvador.
Eva não contemplou o cumprimento da promessa do Salvador. Mas, à Maria, descendente de Eva, foi anunciado, por um anjo, que seria mãe do Salvador e que isso ocorreria de forma milagrosa, pelo poder do Espírito Santo (Lc 1.26-35); seu filho seria Filho do Altíssimo (Lc 1.32).
Jesus, recém-nascido, quando foi levado templo, em Jerusalém, foi tomado nos braços por Simeão, que reconheceu pelo Espírito Santo ser o Cristo, o Salvador; na mesma cena, a profetisa Ana glorificou a Deus pelo Messias. — Cumprida estava a promessa do jardim. Deus enviou ao mundo uma solução para o pecado (Rm 5.17-19), de forma que todos os que creem em Jesus são salvos (Rm 10.9,10), são feitos filhos de Deus (Jo 1.12).
III AUXÍLIO TEOLÓGICO
CONCLUSÃO
Adão e Eva pecaram contra Deus. Eles duvidaram em seus corações do bom mandamento divino e escolheram desobedecer a Deus. Assim, o pecado entrou no mundo, trazendo muitas consequências ruins para o homem e para natureza. Deus, porém, providenciou uma forma de o homem voltar a se relacionar com Ele ao enviar Jesus ao mundo. Cristo é o cumprimento da promessa do Éden. Ele é o Salvador!
VAMOS PRATICAR

Pense Nisso
Em algum momento da vida você já duvidou da boa vontade de Deus, sentindo-se tentado a pecar? Todas as vezes que o homem peca voluntariamente, ainda que não diga com os lábios, a sua ação está dizendo: “há coisas melhores que posso desfrutar e Deus está proibindo”. Esta voz não é a Deus, mas do inimigo, de Satanás. Não acredite na voz do inimigo, escute o Criador. Obedeça aos seus mandamentos e você viverá.
Comentarista: João Paulo Mendes
I – AUXILIO TEOLÓGICO
“Sobre o Pecado e Suas Consequências Nomes. São dois os termos genéricos para ‘pecado’ Um deles aparece em hebraico no Antigo Testamento; é o substantivo chata, ‘o pecado jaz à porta’ (Gn 4.7), cuja ideia básica é ‘errar o alvo’, do qual deriva o verbo: ‘todos atiravam com a funda uma pedra a um cabelo e não erravam’ (Jz 20.16); ‘E erra o alvo quem é precipitado’ (Pv 19.2 – TB). O segundo termo é o seu correlato grego hamartia, que, embora sem conotação moral no grego clássico secular, aparece com tal sentido na Septuaginta e no Novo Testamento: ‘todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens’ (M t 12.31). O pecador erra o alvo ou o objetivo da vida que Deus coloca diante dele. Há ainda, inúmeras outras palavras que expressam o pecado, como transgressão, impiedade, maldade, perversidade, engano, sedução, iniquidade, injustiça e incredulidade. Sua origem. O pecado já existia mesmo antes da criação de Adão e Eva. Originou-se no coração de um querubim ungido, que, juntam ente com um grupo de anjos, rebelou-se contra Deus, razão pela qual os insurgentes foram expulsos do céu. O querubim ungido tornou-se Satanás, que quer dizer ‘inimigo”‘ (Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, p. 98).
II – AUXILIO TEOLÓGICO
“Sobre o Pecado e Suas Consequências da Queda. O relato bíblico revela que o senso de culpa foi instantâneo. Adão e Eva morreram espiritualmente no mesmo momento em que comeram o fruto proibido, pois a comunhão com Deus foi interrompida de imediato. Morte significa separação, e o pecado separou os seres humanos de Deus: ‘Mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus, e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça’ (Is 59.2). Os olhos do casal foram abertos, e logo ambos perceberam que estavam nus; tendo conhecido pessoalmente o mal, procuraram esconder-se da presença de Deus porque sentiram medo. O juízo divino veio sobre a serpente, sobre a mulher e sobre o homem. Toda a raça humana e a própria natureza sofrem as consequências funestas do primeiro pecado humano seguido do justo juízo pronunciado por Deus, pois um Deus santo tinha de julgar a desobediência de suas criaturas. A corrupção total do gênero hum ano. A Queda no Éden arruinou toda a humanidade tão profundamente que transmitiu a todos os seres humanos a tendência ou inclinação para o pecado. Não somente isso, contaminou toda a humanidade: não há um justo se quer’ (Rm 3.10); ‘todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus’ (Rm 3.23). A natureza moral foi corrompida, e o coração humano tornou-se enganoso e perverso” (Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, p.100).
III – AUXILIO TEOLÓGICO
‘Deus toma a iniciativa quando Ele envia Gabriel a uma cidade insignificante da Galileia (grande província no Norte da Palestina). Quando ele anuncia a Maria que ela dará à luz o Salvador do mundo, ela é uma virgem noiva. […] O anjo vem e saúda Maria dizendo que ela é ‘agraciada’. Então acrescenta: ‘O Senhor é contigo’ (Lc 1.28). Ela é pessoa de grande integridade – obediente (v. 38), crente (v. 45) e dedicada a seguir a lei de Deus (Lc 2.22-51) [_]. Lucas não dá indicação exata de quando Maria concebeu Jesus; esse nascimento milagroso não tem paralelo. Pessoas como Abraão e Sara (Gn 18.10-19) e Zacarias e Isabel (Lc 1.7-25), que estavam em idade muito avançada para gerarem filhos, receberam filhos por Deus. O poder extraordinário de Deus superou e esterilidade e idade avançada desses casais. Mas o nascimento de Jesus não se ajusta e esse padrão. No seu caso, Deus não venceu a incapacidade dos pais terem filhos, mas a engravidou na ausência completa de um pai humano. O nascimento de Cristo é um acontecimento dos últimos dias e introduz uma nova era que culminará no julgamento final e na salvação dos redimidos’ (FRENCH. Arrington L. STRONSTAD, Roger (Eds). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp. 322)
Não é só os crentes que sofrem a tensão entre o “já” e o “mas ainda não”, entre o que Deus fez e o que Ele fará. A própria criação, o mundo não-humano, espera com antecipação ansiosa “a manifestação dos filhos de Deus” (Rm8.19). A revelação diz respeito a tornar conhecido algum aspecto do plano de Deus que estava previam ente escondido. A revelação dos filhos de Deus se refere ao tempo da Volta de Cristo quando o mundo inteiro verá quem são realmente os filhos de Deus.
A crença de que o fim do tempo revelará ao mundo a verdadeira identidade daqueles que eram fiéis a Deus e daqueles que não eram, era com um nos escritos apocalípticos judaicos. Com efeito, para pelo menos um escritor, esta revelação pú¬blica envolvia a transformação de todas as pessoas a fim de elas exporem suas verdadeiras identidades. O escritor de 2 Baruque previu que no fim os ímpios pareceriam mais ímpios, ao passo que os justos seriam glorificados em beleza resplandecente (2 Ba 51.1-6; cf. Dn 12.3). Semelhantemente, a redenção de nosso corpo (Rm 8.23) também diz respeito à transformação escatológica de corpos terrenos em corpos divinos (cf. 1 Co 15.51,52).
A razão por que se diz que a criação antecipa a revelação dos filhos de Deus é explicada no versículo 20: “A criação ficou sujeita à vaidade”. A palavra “vaidade”(mataiotes, “vaidade, vacuidade, falta de propósito, sem objetivo”) indica que a criação não podia cumprir seu propósito original (veja Cranfield). Mais um a vez, como em Romanos 1.21,22; 5.12-21; 7.8-11, a tradição de Adão entra em cena no argumento de Paulo. O propósito original da criação foi torcido pelo pecado de Adão e Eva (G n 3.17,18). A consequência da introdução na criação do elemento estranho do pecado foi que o mundo caiu em “servidão da corrupção” (Rm 8 .2 1 ). O que sujeitou a criação a esse estado de vaidade, ao mesmo tempo em que também dava a razão da esperança, foi Deus. Quer dizer, com a maldição — “maldita é a terra por causa de ti” (G n 3-17) — veio a promessa da derrota de Satanás — “esta te ferirá a cabeça” (G n 3-15). (O tema da esperança vem à tona novam ente em Rm16.20).
Nesse entretempo, a terra geme “com dores de parto até agora” (v. 22). A imagem de dores de parto, usado em outros lugares para descrever as condições dos últimos dias (Mt 24.8; Jo 16.21), é metá¬fora engenhosa porque transmite a sensação da dificuldade dos dias atuais e a esperança de que há um fim definido em mira. Gemer também é usado para d escrever a expectação dos crentes (Rm 8.23), com o também a maneira na qual o Espí¬rito intercede em favor dos santos expectantes (w . 26,27).
(Comentário Bíblico Pentecostal do Nova Testamento _ Ed CPAD, 4º Edição 2006 – pág 882)
TENTAÇÃO E QUEDA (GN 3)
Será que podemos considerar o diá¬logo entre Eva e a serpente um fato?
3:1-6 Mais adiante, o texto bíblico revela que a serpente que apareceu a Eva era o próprio Satanás (cf. Ap 12:9). Alguns procuram “demitizar” a Bíblia, alegando que o relato da queda é uma metáfora e não um acontecimento real, o que seria evidenciado pela serpente falante. Será que podemos considerar o diá¬logo entre Eva e a serpente um fato?
O apóstolo Paulo crê dessa forma (2Co 11:3), assim como o apóstolo João (Ap 12:9; 20:2). Além disso, a Bíblia apresenta outro relato de um animal falante: Deus fez a mula de Balaão falar para conter a loucura do profeta (Nm 22). O apóstolo Pedro considerava o episódio um fato real (2Pe 2:16). Esses três apóstolos foram inspirados pelo Espírito Santo a escrever parte do material que se encontra na Bíblia.
Logo, rejeitar a veracidade do relato da queda é o mesmo que rejeitar a inspiração da Escritura. A Bíblia contém metáforas, porém essa não é uma delas. Observe os passos que levaram a raça humana a pecar. Primeiro, Satanás instigou dúvida em relação à palavra de Deus: “É assim que Deus disse?”. Satanás deturpou o mandamento, insinuando que Deus havia proibido Adão e Eva de comerem de toda árvore do jardim. Em seguida, Eva declarou (falando sobre a árvore do conhecimento do bem e do mal): “disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele”. Na verdade, Deus não dissera nada acerca de tocar na árvore. Na sequência, Satanás se atreveu a negar as consequências da desobediência, como fazem até hoje seus seguidores, ao continuarem negando a existência do inferno e a punição eterna. Ele deturpou o mandamento do Senhor ao sugerir que Deus ocultava algo benéfico para Adão e Eva. A mulher sucumbiu à tríplice tentação: o desejo da carne (boa para se comer), o desejo dos olhos (agradável aos olhos) e a soberba da vida (desejável para dar entendimento, cf. (Jo 2:16). Ao comer do fruto, Eva agiu independentemente de Adão, seu cabeça. Deveria ter consultado seu marido, mas, ao em vez disso, usurpou a autoridade dele. Nas palavras “tomou-lhe do fruto e comeu” reside a origem das doenças, do sofrimento, da angústia, do medo, da culpa e da morte
que vêm assolando a humanidade desde aquele dia.
Há uma expressão que diz: “Os escombros da terra e as incontáveis sepulturas confirmam que Deus fala a verdade e Satanás é um mentiroso”. Eva foi enganada (lTm 2:14), mas Adão agiu intencionalmente, em rebelião deliberada contra Deus. O humanismo secular tem perpetuado a mentira de Satanás: “Você será igual a Deus”.
3:7-13 A primeira consequência do pecado foi o sentimento de vergonha e medo. As cintas de folhas de figueira demonstram a tentativa do ser humano de salvar a si mesmo por meio de uma religião de boas obras e sem derramamento de sangue. Quando chamados a se explicar diante de Deus, os pecadores se justificam. Adão disse: “A mulher que me deste por esposa…”, colocando a culpa em Deus (cf. Pv 19:3); e Eva respondeu: “A serpente…” (v. 13). Amoroso e misericordioso, Deus veio à procura de suas criaturas caídas com a pergunta: “Onde estás?”.
Essa pergunta demonstra duas coisas: o homem estava perdido, e Deus veio buscá-lo. Com essa atitude, o Senhor demonstra a pecaminosidade do homem e a graça divina. 5 Deus tomou a iniciativa na salvação e, por meio dessa atitude, demonstrou exatamente aquilo de que Satanás levou Eva a duvidar: o amor de Deus.
3:14 Então, o Senhor Deus amaldiçoou a serpente a viver de modo degradante e em desgraça e derrota. O fato de a serpente ter sido amaldiçoada junto com todos os animais domésticos e todos os animais selváticos sugere que o texto está se referindo aqui à espécie biológica dos répteis, e não a Satanás.
3:15 Contudo, o versículo 15 volta a falar de Satanás. Esse versículo é conhecido como protoevangelho, isto é, “o primeiro evangelho”. O texto anuncia a inimizade perpétua entre Satanás e a mulher (que representa toda a humanidade), e entre a descendência de Satanás (seus representantes) e o seu descendente (o descendente da mulher, o Messias). O descendente da mulher esmagaria a cabeça de Satanás, uma ferida mortal que significa derrota completa. Essa ferida foi infligida no Calvário, quando o Salvador triunfou sobre Satanás. Este, por sua vez, feriria o calcanhar do Messias. Essa ferida se refere ao sofrimento (incluindo morte física), mas não à derrota final. Cristo sofreu na cruz e morreu, mas ressuscitou dentre os mortos, vitorioso sobre o pecado, o inferno e Satanás.
(WILLIAM MACDONALD – Comentário Bíblico Popular, Antigo Testamento – Ed. Mundo Cristão)