O evangelho de Lucas

Lição 8 — O Evangelho de Lucas

Juvenis

Lição 8 — O Evangelho de Lucas
Texto base — “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai: ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49)
Lições Bíblicas 2º Trimestre de 2025 – JUVENIS – Professor CPAD
Data/lição – 25 de maio de 2025

LEITURA DA SEMANAL

  • SEG – Lc 2.25-27 > Simeão e Ana veem o Cristo
  • TER – Lc 4.18,19 > Cumpre-se a profecia de Isaías
  • QUA – Lc 15.3-32 > O amor de Deus aos perdidos
  • QUI – Lc 19.1-10 > Jesus veio salvar o perdido
  • SEX – Lc 23.26-32 > Jesus a caminho do Gólgota
  • SÁB – Lc 24.44-53 > As palavras de Jesus antes da ascensão

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE:
Lucas 1.1-4
1 Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram.
2 segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio e foram ministros da palavra.
3 pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelentíssimo Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio.
4 para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado.
Lucas 24.39-50
39 Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; tocai-me e vede, pois um espirito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho.
40 E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés.
41 E, não o crendo eles ainda por causa da alegria e estando maravilhados, disse-lhes: Tendes aqui alguma coisa que comer?
42 Então, eles apresentaram-lhe parte de um peixe assado e um favo de mel,
43 o que ele tomou e comeu diante deles.
44 E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos.
45 Então, abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras.
46 E disse-lhes: Assim está escrito, e as sim convinha que o Cristo padecesse e, ao terceiro dia, ressuscitasse dos mortos;
47 e, em seu nome, se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém.
48 E dessas coisas sois vós testemunhas.
49 E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.
50 E levou-os fora, até Betânia; e, levantando as mãos, os abençoou.

CONECTADO COM DEUS
Nesta semana estudaremos o Evangelho de Lucas. Apenas neste livro consta a conhecida situação na qual, em visita à casa de uma família em Betânia, Jesus estava sendo ouvido atentamente por Maria, enquanto a irmã dela, Marta, “andava distraída em muitos serviços” (Lc 10.38-42). Ao queixar-se ao Mestre pela falta da ajuda de Maria nos trabalhos domésticos, ela recebeu a seguinte resposta: ‘Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada”. Que lição valiosa pode ser extraída deste relato. Vigiemos, pois, a fim de que nem mesmo as nossas obrigações, distrações, ansiedades e fadigas em muitos serviços não nos privem de ter acesso a essa melhor parte”.

OBJETIVOS:
SABER como o Evangelho de Lucas foi escrito:
CONHECER os destaques do Evangelho segundo Lucas:
ENTENDER a razão das peculiaridades do livro.

ANTES DA AULA
Falando aos irmãos de Roma sobre chamado, o apóstolo Paulo os orienta a terem “dedicação ao ensino” (Rm 12.7) Que glorioso a Bíblia ser tão atual e útil de maneira atemporal! Você tem seguido esse preceito ministerial? Veja que ensinar vai muito além de apenas assumir uma classe ou ler o comentário da revista perante os alunos. O chamado para ensinar, de fato, requer DEDICAÇÃO.
Empenhe-se, querido(a) professor(a), diligentemente no preparo da sua aula, antecipe o estudo da lição, separe o material didático com antecedência: faça tudo o que estiver ao seu alcance, a fim de que nem um único e valioso minuto da Escola Dominical seja desperdiçado. Trate a improvisação como uma excepcionalidade, não como uma regra. E lembre-se que todo o seu empenho é contemplado pelo Senhor, de quem virá a devida recompensa (Cf 1 Co 15 58)

1. COMO FOI ESCRITO

O terceiro Evangelho foi escrito pelo “amado médico Lucas” (Cl 414), destinado a um homem chamado Teófilo, a quem ele se dirige usando o superlativo “excelentíssimo”, indicando se tratar de uma figura importante na sociedade (Lc 1.3).
Além do destinatário inicialmente identificado, Lucas, que era grego convertido ao Senhor, também se dirige aos gentios, incluindo eu e você em nossos dias.
Os quatro versículos iniciais do primeiro capitulo do Evangelho apresentam os caminhos usados pelo escritor para a com posição de seu texto.
Vejamos: O Evangelho de Lucas foi escrito a partir dos relatos transmitidos por pessoas que os “presenciaram desde o princípio e foram ministros da palavra” (v.2); testemunhas oculares, que viram os acontecimentos; fatos que, segundo Lucas, eles mesmos transmitiram.
Lucas, portanto, realizou um trabalho de historiador, consultando fontes confiáveis, pessoas que ensinavam a doutrina do Senhor.
Muitos já tinham empreendido fazer antes o que Lucas se propôs: “pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram” (v.i). indicando a sua dedicação em buscar a cronologia e detalhes dos acontecimentos de forma minuciosa (v.3b). Ao que indica o texto, Teófilo até já estava informado a respeito do que o evangelista escrevia, mas ali estava cada relato reafirmado, a fim de que ele pudesse ter a certeza daquelas coisas (v.4).

<<INTERAÇÃO>>
Ao preparar a aula, pesquise uma mesma notícia publicada em três sites diferentes. Após o primeiro tópico da lição, divida a classe em grupos e peça-os que identifiquem nos textos elementos que mostrem ter havido um mal ou bom trabalho do jornalista, como ter ido atrás de mais de uma fonte (testemunha), por exemplo. Conclua a dinâmica, explicando que o trabalho de Lucas em seu Evangelho pode ser comparado ao que faz um bom jornalista para escrever uma matéria idônea, ou um historiador comprometido na busca pelo maior número de informações, relatos e testemunhas confiáveis dos fatos.

2. PECULIARIDADES

Embora o Evangelho de Lucas componha o grupo dos sinóticos, em relação a Mateus e a Marcos, ele registra maior distinção em seu conteúdo.
2.1. A infância de Jesus
Os dois primeiros capítulos do livro iniciam apresentando Jesus como o Homem Perfeito: o Filho do Altíssimo nascido de uma mulher (Lc 1.31-33) Neles, Lucas fala sobre o anúncio e o nascimento de João Batista (1.5-25; 57-66); o anúncio do nascimento de Jesus (1.26-38); a visita de Maria a Isabel (139-45); o cântico de Maria (1.46-56); o cântico de Zacarias (1.67-80); o nascimento de Jesus (2.1-7): os pastores de Belém (2.8-20); a circuncisão e a apresentação de Jesus (2.21-24): os anciãos Simeão e Ana (2.25-38): e Jesus com 12 anos entre os doutores (2.39-52).
2.2. As Parábolas
Lucas apresenta muitos ensinos de Jesus proferidos com farto uso distinto dessa figura de linguagem : a s parábolas do bom samaritano (10.25-37); do amigo importuno; do rico insensato (12.13-21); da figueira estéril(13.6-9); dos primeiros assentos e dos convidados (14.7-14); acerca da providência (14 25-35); da ovelha e da dracma perdidas (15.1-10); do filho pródigo (1511-32); do mordomo infiel (16.1-13); do rico e Lázaro – que há quem argumente não ser parábola (16.19-31); do juiz iníquo (18.1-8); e do fariseu e do publicano (18.9-14).
Dentre os Evangelhos sinóticos, apenas Lucas identifica como parábola a resposta de Jesus quando indagado sobre a razão de os discípulos de João e os fariseus jejuarem, e os discípulos dEle não (Lc 5.36).
2.3. Conteúdo exclusivo
As apurações feitas por Lucas, sob a orientação do Espírito Santo, levaram-no ao registro de episódios e falas de Jesus especificas. Dentre eles: a pecadora que ungiu os pés do Mestre (7.36-50); as mulheres que ser viam a Jesus com seus bens (8.1-3); os samaritanos que não receberam Jesus e seus discípulos em uma aldeia (9-5i- 56); a missão dos setenta discípulos (10.1-24); a preocupação de Marta com o trabalho e a dedicação de Maria ouvindo Jesus (10.38-42); Jesus trazendo fogo e dissensão à terra (12.49-53); os sinais dos tempos (12.54-59); a mortandade dos galileus e a torre de Siloé (13.1-5): a porta estreita (13.22-30); o aviso dado a Jesus do ódio de Herodes (1331-35): a autoridade da lei (16.14-18); a vinda súbita do Reino de Deus (1720-37): o encontro de Jesus com Zaqueu, o cobrador de impostos (19.1-10); as duas espadas (22.35-38); e Jesus a caminho do Gólgota, com Simão, cirineu, levando a cruz (23.26-32).

3. MILAGRES SOB A ÓTICA MÉDICA

Provavelmente por Lucas ter sido médico, ele ressaltou alguns detalhes sobre pessoas curadas milagrosamente que não foram mencionados pelos demais.
Lucas detalhou, por exemplo, que a sogra de Pedro não estava apenas com febre, mas “com muita febre”, o que indicava ser um caso de fato grave (4 37-39): identifica que era à direita a mão mirrada que o homem curado tinha tal deficiência (Lc 6.6-11); e sobre o servo do centurião. Lucas diz que estava “doente e moribundo” (Lc 7.1-10).
Do ponto de vista médico, a inexplicável volta à vida do filho da viúva de Naim (711-17) foi registrada apenas por Lucas, assim como a cura de uma mulher que andava encurvada há 18 anos (13.10-17); a cura de um homem que sofria com acúmulo de liquido e inchaço no corpo (14.1-6); e a cura de dez leprosos (1711-19).

4. O ESPÍRITO SANTO EM LUCAS

O Evangelho de Lucas também pode ser chamado de ‘Evangelho do Espírito Santo”, um a vez que a terceira pessoa da Trindade é citada frequentem ente e aparece agindo poderosamente no livro.
Entre as pessoas que foram cheias do Espírito e por meio das quais Ele agiu estão João Batista, “cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe” (1.15). Maria, sobre quem o Espírito Santo desceu para gerar e dar à luz a Jesus (1.35); Isabel, mãe de João, que foi cheia do Espírito Santo quando ouviu a saudação de Maria, que levava Jesus em seu ventre (1.41,42): Zacarias, pai de João, que voltou a falar após ter ficado mudo, e cheio do Espírito Santo profetizou (1.67); Simeão, sobre quem estava o Espírito Santo, e foi revelado que “não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor” (2.25-27); Jesus, que, segundo anunciado por João, batizaria “com o Espírito Santo e com fogo” (3.16), sobre quem o Espírito desceu quando era batizado nas águas do Jordão (3.22) e, cheio dEle, realizava feitos extraordinários (4.1.14), pois pelo Espírito, Jesus havia sido ungido (418,19)
Em Lucas, o Espírito Santo também é citado como aquele que alegra (10.21) e que ensina (12.12), pronto a ser dado pelo Pai àqueles que Iho pedirem (11.13).
Não por acaso, Lucas decidiu frisar o grave alerta presente também em Mateus 12.31, de que a blasfêmia contra o Espírito Santo é imperdoável (12.10).

SUBSÍDIO
“Lucas inicia seu Evangelho com uma declaração especial: ele mesmo havia se informado minuciosamente de tudo (sobre a vida de Jesus] desde o princípio’ (1.1-4). Dessa forma, o Evangelho de Lucas é um relatório cuidadoso e historicamente exato do nascimento, ministério, morte e ressurreição de Jesus Contudo, ao lermos Lucas percebemos que a sua obra não é uma repetição monótona das datas e ações A escrita de Lucas é vivida, nos atraindo para dentro dos eventos que ele descreve. A escrita de Lucas também exibe uma fervorosa sensibilidade quanto aos detalhes pessoais Íntimos.
[…] Lucas presta bastante atenção aos eventos que ocorreram antes do nascimento de Jesus, uma atenção maior que aquela que os outros evangelistas dedicaram ao assunto.” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Ia Edição. RJ: CPAD, 2007. pp.133-34)

CONHEÇA SEUS ALUNOS
“O ensino, em seu sentindo mais simples, é a comunicarão da experiência. Esta pode consistir em fatos, verdades, doutrinas, ideias, ou ainda fundamentar-se em um processo de habilidade em uma arte. Pode ser ensinada por meio de palavras, sinais, objetos, ações ou exemplos. Mas seja qual for o conteúdo, o método ou o objetivo do ensino, o ato em si, considerado fundamental, é sempre o mesmo: comunicar experiência”. Considerando este trecho da obra, As Sete Leis do Ensino (CPAD). de John M. Gregory, tenha sempre em mente a importância de utilizar as suas próprias experiências, bem como a dos alunos, no momento do ensino.

PARA CONCLUIR

Muitos estudiosos do grego afirmam que o Evangelho de Lucas possui o vocabulário e estilo literário mais refinado do Novo Testamento. Logo na introdução, bem como em todo o livro, nota-se o empenho do autor em buscar testem unhas idôneas e relatos minuciosos, a fim de apregoar as boas-novas do Reino de Deus, de forma verídica e inteligível ao maior número de pessoas, possibilitando-as a certeza de tais verdades (Lc 1.4) Que privilégio sermos alvos deste cuidado do autor, tendo acesso hoje a este precioso Evangelho. Assim como Lucas, tenhamos a mesma dedicação e comprometimento para anunciar a Salvação em Jesus a todos.

HORA DA REVISÃO

1. A quem Lucas escreve seu evangelho?
R.: A um homem chamado Teófilo.
2. Quem transmitiu os fatos ao evangelista, segundo Lucas 1.2?
R.: Pessoas que presenciaram os fatos “desde o princípio e foram ministros da palavra”.
3. Qual parábola está registrada apenas em Lucas 15.11-32?
R.: A parábola do filho pródigo.
4. Como o Evangelho de Lucas também pode ser chamado e por quê?
R.: De “Evangelho do Espírito Santo”, porque a terceira pessoa da Trindade é citada frequentemente e aparece agindo poderosamente no livro.
5 Quem era “cheio do Espirito Santo, já desde o ventre de sua mãe”?
R.: João Batista (Lc 1.15).

 

Comentarista: Edilberto Silva
Uma viagem pelo novo Testamento
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