Lições Bíblicas CPAD – ADULTOS – 1º Trimestre de 2025
Data/lição: 16 de fevereiro de 2025
Lição 7: As naturezas humana e divina de Jesus
Palavra-Chave: Natureza
Hinos Sugeridos: 25,154,183 da Harpa Cristã
Texto áureo: “Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém!” (Rm 9.5)
Verdade prática: Jesus é o eterno e verdadeiro Deus e, ao mesmo tempo, o verdadeiro homem.
LEITURA DIÁRIA
- Segunda – Mt 1.23 >> As duas naturezas de Jesus reveladas na expressão “Emanuel”
- Terça – Fp 2.5-8 >> O Senhor Jesus possui as naturezas humana e divina em sua Pessoa
- Quarta – Jo 10.33 >> Sendo homem, Jesus afirma ser Deus, as duas naturezas em uma só Pessoa
- Quinta – At 20.28 >> Jesus, o Deus-Homem que nos comprou com o seu sangue
- Sexta – Cl 2.9 >> As duas naturezas de Cristo continuam para toda a eternidade
- Sábado – l Tm 3.16 >> As naturezas humana e divina em Jesus
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 1.1-4; Filipenses 2.5-11
Romanos 1
1 – Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus,
2 – o qual antes havia prometido pelos seus profetas nas Santas Escrituras,
3 – acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne,
4 – declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, — Jesus Cristo, nosso Senhor.
Filipenses 2
5 – De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
6 – que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus.
7 – Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
8 – e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz.
9 – Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome,
10 – para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra,
11-e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.
OBJETIVOS DA LIÇÃO:
I) Apresentar o ensino bíblico da dupla natureza de Cristo;
II) Mostrar as heresias contra esse ensino: Nestorianismo e Monofisismo;
III) Identificar o perigo dessas heresias hoje.
COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO
Uma vez estabelecida definitivamente a Cristologia em Niceia (325) e a Trindade em Constantinopla (381), surgem novas especulações teológicas em torno das naturezas de Cristo: humana e divina. Essas controvérsias deram origem ao Concilio de Calcedônia (451), hoje um bairro de Istambul, na Turquia. A presente lição é sobre o Nestorianismo e Monofisismo, dois pensamentos considerados heréticos no Concilio de Calcedônia.
I – O ENSINO BÍBLICO DA DUPLA NATUREZA DE JESUS
1. “Descendência de Davi segundo a carne” (Rm 1.3). O apóstolo está se referindo aos ancestrais de Jesus. Ele veio de uma família humana de carne e ossos, que vivia entre o povo de Israel. A sua linhagem está registrada na introdução do Evangelho de Mateus e no capítulo 3 de Lucas. Jesus foi concebido no ventre de Maria, uma virgem de Israel, pelo Espírito Santo (Mt 1.20; Lc 1.35). Aí está o elo humano-divino, as duas naturezas do Senhor Jesus.
2. “Declarado Filho de Deus em poder” (v. 4). Essa expressão indica a divindade de Jesus e isso é reforçado logo em seguida pelas palavras “Jesus Cristo, nosso Senhor”. Mais adiante, Paulo, ao descrever os privilégios que Deus concedeu a Israel como a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas; o apóstolo conclui: “dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém!” (Rm 9.5). O Senhor Jesus é um judeu, descendente de Israel e, ao mesmo tempo, é o “Deus bendito eternamente”.
3. O antigo hino cristológico (Fp 2.5,6). O texto está dizendo que embora Jesus sendo Deus, não usou as prerrogativas da divindade durante seu ministério terreno e, mesmo que fizesse uso delas, não consideraria isso uma usurpação. O apóstolo está se referindo ao status de Cristo antes da encarnação (Jo 1.1,14). Mas enfatiza o aspecto humano (vv.7,8). O apóstolo está sendo muito claro no ensino das naturezas humana e divina em uma só Pessoa. Essa passagem é parte de um provável hino que os primeiros cristãos cantavam nos cultos e o apóstolo Paulo a inseriu nessa epístola aos Filipenses. O termo grego morphê, “forma”, usado pelo apóstolo Paulo, “sendo em forma de Deus” (v.6), indica essência imutável, portanto, Ele jamais deixou de ser Deus.
AUXILIO BIBLIOGRÁFICO
II – AS HERESIAS CONTRA O ENSINO BÍBLICO DA DUPLA NATUREZA DE IESUS
1. Quem foi Nestório? Ele foi bispo de Constantinopla entre 428-431. Nestório discordava do título dado à Maria, defendido por Cirilo de Alexandria (376-444), “mãe de Deus”, em grego theotokos, literalmente “portadora de Deus”. Ele sugeriu “receptora de Deus” ou christotokos, “mãe de Cristo”. Sim, Maria é mãe do Jesus humano (Mt 2.11, 13,14, 20, 21), e não mãe de Deus, visto que Deus é eterno (SI 90.2; 93.2; Is 40.28). A expressão adotada por Cirilo era uma contradição em si mesma. Embora a posição de Nestório fosse bíblica e teologicamente correta, a popularidade do termo “mãe de Deus” de Cirilo impediu o êxito do termo e da explicação de Nestório. A preocupação dele era menos com a Mariolatria e mais com as ideias do Arianismo.
2. Nestorianismo. Nestório defendia a formulação dos pais nicenos, a divindade de Cristo e a humanidade definida no Credo Niceno-constantinopolitano em 381. Segundo o pensamento nestoriano, as duas naturezas de Cristo, a humana e a divina, eram duas pessoas. Essa foi a acusação contra ele. A ilustração nestoriana era a comparação de marido e mulher serem uma “uma só carne” (Gn 2.4). Essa alegada afirmação nestoriana foi considerada heresia pelo Concilio de Éfeso em 431, ele foi condenado por esse concilio que o declarou herege e o imperador o exilou.
3. Monofisismo. O termo vem de duas palavras gregas monos, “único”, e physis, “natureza”. Seu principal expoente foi Êutico, também conhecido como Eutique. Essa doutrina afirma que as duas naturezas de Cristo são fundidas em uma só natureza amalgamada. O sentido de “amalgamar”, não o de unir, não se trata de união, mas mistura, fusão, assim, seria uma só natureza híbrida, nem totalmente Deus e nem totalmente homem. Essa doutrina foi condenada no Concilio da Calcedônia, em 451.
a) Ilustração. O bronze é uma liga de cobre e estanho, de modo que nem é cobre e nem estanho, mas outro metal; quanto a cor verde, é uma mistura das cores azul e amarela. Assim como bronze não é cobre e nem estanho; e, o verde não é azul e nem amarelo, da mesma forma, de acordo com Êutico, as naturezas de Cristo não são divina nem humana.
b) Resposta bíblica. Segundo a Bíblia, o Senhor Jesus é perfeito quanto à divindade e perfeito quanto à humanidade (Rm 9.5; Fp 2.5-11).
4. O Concilio de Calcedônia. Essa formulação teológica fala das duas naturezas de Cristo em uma só pessoa: “as propriedades de cada natureza permanecem intactas, concorrendo para formar uma só Pessoa e subsistência; não dividido ou separado em duas Pessoas, mas um só e mesmo Filho Unigênito, Deus Verbo, Jesus Cristo Senhor”. A encarnação do Verbo não é uma conversão ou transmutação de Deus em homem e nem de homem em Deus. A distinção é precisa entre natureza e pessoa, diz o documento. A união dessas duas naturezas é permanente como resultado da encarnação. O documento é uma interpretação precisa das Escrituras (Is 9.5; Jo 10.30-37).
AUXÍLIO TEOLÓGICO
III – O PERIGO DESSAS HERESIAS NA ATUALIDADE
1. Os monofisitas. Quando a doutrina monofisista foi rejeitada juntamente com o nestorianismo, houve reação. Jacob Baradeus (500-578), um monge sírio, liderou o grupo monofisista e preservou a tradição siro-monofisista, conhecida como tradição jacobita. Ele e seus seguidores rejeitaram a decisão do Concilio de Calcedônia. Quem são eles hoje? São as igrejas ortodoxas, cóptica, armênia, abissínia e jacobitas. É importante conhecer a cristologia dessa tradição cristã e saber como responder seus questionamentos, e, sobretudo, conservar a fé no Jesus, o Deus que se fez homem o Emanuel, “Deus Conosco” (Mt 1.23); o Deus “que se manifestou em carne” (1 Tm 3.16).
2. O kenoticismo. Do verbo grego kenoó, significa “esvaziar” (Fp 2.7). A doutrina kenótica afirma que Jesus, enquanto esteve na Terra, esvaziou a si mesma dos atributos divinos. São duas linhas principais, o Verbo possuía os atributos divinos, mas escolheu não os usar; e, as prerrogativas da deidade foram usadas, mas na submissão do Pai e na direção do Espírito Santo. Entendemos que, sem atributos divinos, Jesus é menos que Deus. O kenosis é o “esvaziamento” de Cristo. Isso foi uma condição para o seu messiado e por isso Ele abriu mão de sua glória celeste (Jo 17.5). Jesus revelou sua natureza divina quando esteve na Terra, Ele agiu como Deus, pois perdoou pecados (Mc 2.5-7; Lc 7-48), recebeu adoração (Mt 8.2; 9.18; 15.25; Jo 938), repreendeu a fúria do mar (Mt 8.26, 27; Mc 4.39). Somente Deus tem esse poder (SI 65.7; 89.9).
3. Mariolatria. O catolicismo romano adotou o termo “mãe de Deus” de Cirilo, ou seja, um pensamento antibíblico que se desenvolveu numa teologia e permanece até hoje por conta da sua popularidade. Com isso aprendemos que o que parece certo e a escolha popular nem sempre representam a verdade (At 8.9-11).
CONCLUSÃO
O Concilio de Calcedônia em 451 reafirma os dois concílios anteriores, o de Niceia, em 325, e o de Constantinopla, em 381, ratificando os credos produzidos por esses conclaves gerais e estabeleceu definitivamente as duas naturezas de Cristo. A melhor maneira de se proteger dessas, e de outras heresias, é conhecer bem no que acreditamos, os ensinos oficiais de nossa igreja e seus respectivos fundamentos bíblicos. Isso serve como nosso referencial quando nos deparamos com doutrinas inadequadas.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Cite três passagens bíblicas que mostram diretamente as duas naturezas de Cristo, em uma só Pessoa.
Romanos 1.3; 1.4; Fp 2.5,6.
2. Qual o pensamento nestoriano sobre as duas naturezas de Cristo?
Segundo o pensamento nestoriano, as duas naturezas de Cristo, a humana e a divina, eram duas pessoas.
3. O que ensina 0 monofisismo de Êutico?
Essa doutrina afirma que as duas naturezas de Cristo são fundidas em uma só natureza amalgamada, nem totalmente Deus nem totalmente homem.
4. Quais ramos do cristianismo não reconhecem o Credo de Calcedônia e mantêm ainda o monofismo de Êutico?
São as igrejas ortodoxas, cóptica, armênia, abissínia e jacobitas.
5. Mostre como Jesus agiu como Deus, estando na Terra.
Jesus revelou sua natureza divina quando esteve na Terra, Ele agiu como Deus, pois perdoou pecados (Mc 2.5-7; Lc 7-48), recebeu adoração (Mt 8.2; 9.18; 15.25; Jo 9.38), repreendeu a fúria do mar (Mt 8.26, 27; Mc 4.39).
Comentarista: Esequias Soares
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
“A ENCARNAÇÃO: DEUS PÔDE SE TORNAR HOMEM, SEM DEIXAR DE SER DEUS? […] A teologia histórica e baseada na Bíblia argumentou que Deus é onisciente (sabe todas as coisas), onipotente (todo-poderoso), sem pecado e não corpóreo (sem um corpo), e que estes atributos são essenciais e necessários para a divindade. Caracteristicamente, os seres humanos não exibem estes atributos. Assim sendo, como pode Jesus ser, simultaneamente, plenamente divino e plenamente humano? Seguindo estas linhas de raciocínio, alguns atacaram a doutrina da encarnação, tentando afirmar que ela é ilógica e contraditória. Esta suposta contradição lógica baseia-se em uma interpretação equivocada fundamental de como a natureza humana é definida, de acordo com Thomas V. Morris em seu livro The Logic ofGod Incarnate (A Lógica de Deus Encarnado). […] O entendimento histórico da Encarnação expressa as crenças de que Jesus Cristo é plenamente Deus – isto é, Ele possui todas as propriedades essenciais de Deus; Jesus Cristo é também plenamente humano – isto é, Ele possui todas as propriedades essenciais de um ser humano”
(Bíblia de Estudo Apologia Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.1892).
AUXÍLIO TEOLÓGICO
NESTORIANISMO E O QUE A BÍBLIA DIZ “Nestorianismo. É a doutrina que ensinava a existência de duas pessoas separadas no mesmo Cristo, uma humana e uma divina, em vez de duas naturezas em uma só Pessoa. Nestor — ou Nestório, como aparece em outras versões — nasceu em Antioquia. Ali, tornou-se um pregador popular em sua cidade natal. Em 428, tornou-se bispo de Constantinopla. Embora ele mesmo nunca tenha ensinado essa posição herética que leva o seu nome, em razão de uma combinação de diversos conflitos pessoais e de uma boa dose de política eclesiástica, Nestor foi deposto do seu ofício de bispo, e seus ensinos, condenados. Não há nas Escrituras a indicação de que a natureza humana de Cristo seja outra pessoa. […] O que a Bíblia diz. O ensino bíblico a respeito da plena divindade e plena humanidade de Cristo é claro, mediante as muitas referências bíblicas. O entendimento exato de como a plena divindade e a plena humanidade se combinavam em uma só Pessoa tem sido ensinado desde o início pela igreja, mas só alcançou a forma final na Definição de Calcedônia, em 451. Antes desse período, diversas posições doutrinárias inadequadas quanto às naturezas de Cristo foram propostas e rejeitadas. Primeiro, pelos apóstolos. Depois, pelos chamados pais da igreja”
(GILBERTO, Antônio et al. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p.126-27).
“EU SOU
A Bíblia diz que somente o Deus Jeová, de Israel, é ‘Eu Sou’ (Dt 32.39). O texto hebraico diz Ani Hu, ‘eu [sou] ele’, e aparece também em Isaías 41.4; 43.10; 46.4; 52.6. A Septuaginta traduziu essa expressão por ego eimi, ‘Eu sou’, a mesma usada em João 8.58. Mesmo o texto hebraico do Novo Testamento traduz João 8.58 por Ani Hu. O ‘Eu Sou’ de Êxodos 3.14 é ehyeh, em hebraico, Ehyeh Asher Ehyeh, ou seja, ‘eu sou o que sou’. A Septuaginta traduziu essa expressão por Ego Eimi ho On, ou seja, ‘Eu Sou o Ser’. Convém ainda salientar que o verbo ‘ser’ está desprovido de tempo, não encerrando, portanto, a idéia temporal. Com isso, Jesus está afirmando que é Eterno. O conceito de tempo nesse texto recai sobre a palavra prin, que se traduz por ‘antes’, e o acentuado contraste entre os verbos gregos ‘existisse’ (genesthai) e eu ‘sou’ (eimi) mostra que mesmo antes de Abraão existir Jesus já existia eternamente […]
Portanto, o nome ‘Jeová’ procede do verbo ‘ser’. A expressão ‘EU SOU O QUE SOU’ revela o caráter e a natureza de Deus como o Ser que tem existência própria, que é imutável e que causa todas as coisas, logo, o que existe por si mesmo: aquele que é, que era e o que há de vir, o Eterno. O Senhor Jesus tem esse mesmo atributo, porque Ele é Deus igual ao Pai”.
(SOARES, E. Manual de apologética cristã. RJ: CPAD, 2002, pp.104,105).
Maria é superior a Jesus?
O teólogo católico romano Ludwig Ott, defendendo a doutrina espúria da veneração a Maria, mãe de Jesus, em sua obra Fundamentals of Catholic Dogma (Fundamentos do Dogma Católico), afirma: ‘À Maria, a mãe de Deus, confere-se o direito de receber o culto de hiperdulia’. Em outras palavras, segundo o catolicismo romano, ‘Maria deve ser venerada e honrada em um nível muito mais alto do que o de outras criaturas, sejam anjos ou santos. Contudo, essa veneração a Maria é substancialmente menor do que a cultus latriae (adoração) que é devida somente a Deus, no entanto, maior do que a cultus diliae (veneração) devida a anjos e aos outros santos’.
Essa doutrina católica romana é uma das mais frágeis em argumentação, uma vez que cria uma confusão terminológica em torno dos termos adoração e veneração, além de defender pontos sem respaldo bíblico. Veneração significa ‘render culto’, ‘adoração’, sendo condenada pela Bíblia, seja em relação a anjos ou a santos (Ap 22.9), exceto a Deus. Além disso, em nenhum momento a Bíblia fala que Maria é superior a qualquer outra criatura e que deva receber orações ou mesmo veneração.
Outra amostra do subterfúgio sem nexo do catolicismo romano está no fato de que a adoração a Maria (que por si só já é absurda) não está acima da adoração a Deus. Todavia, em suas orações, como na Novena de orações em honra a Nossa Mãe do Perpétuo Auxílio, declara-se, sem censura, que Maria é superior a Jesus: ‘Porque se me protegeres, querida Mãe, nada temerei daquilo que me possa sobrevir: nem mesmo dos meus pecados, pois obterás para mim o perdão dos mesmos [a Bíblia diz que só há perdão através de Jesus — At 4.12; 1Tm 2.5; 1Jo 1.7]; nem mesmo da parte dos demônios, porque és mais poderosa do que o inferno junto [a Bíblia diz que somente Jesus despojou os principados e potestades e só podemos expulsar demônios por Jesus — Cl 2.15; Mc 16.17]; nem mesmo de Jesus, o meu juiz, pois através de uma oração tua Ele será apaziguado [Maria seria a advogada e Jesus, o juiz, mas a Bíblia diz que hoje Jesus é o nosso advogado — 1Jo 2.1]’”
(MARIOLATRIA. Revista Resposta Fiel, RJ: Ano 4, n° 12, p.6, junho/agosto 2004).
Jesus 100% Deus – Jesus 100% homem
A união hipostática é a doutrina que ensina que em Jesus Cristo há duas naturezas—divina e humana—plenamente unidas em uma só pessoa (hipóstase), sem confusão, sem mudança, sem divisão e sem separação . Essa verdade foi definida formalmente no Concílio de Calcedônia (451 dC) para combater heresias que tentavam negar ou misturar essas naturezas.
Explicação Teológica
Jesus é 100% Deus : Ele possui todos os atributos divinos (onipotência, onisciência, eternidade, santidade). João 1:1 diz: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.”
Jesus é 100% homem : Ele nasceu, cresceu, sentiu fome, chorou, sofreu e morreu. Filipenses 2:7-8 afirma que Ele se fez servo e assumiu a forma humana.
As duas naturezas coexistem sem se misturar ou perderem suas propriedades : Isso significa que Jesus não era meio Deus e meio homem, mas totalmente Deus e totalmente homem ao mesmo tempo .
Por que isso importa?
Para que a salvação seja eficaz : Se Jesus não fosse plenamente humano, não poderia representar a humanidade. Se não fosse cumpridor de Deus, Seu sacrifício não teria valor infinito para redimir os pecados do mundo.
Para nos revelar Deus : Jesus disse: “Quem me vê, vê o Pai” (João 14:9) . Ele é uma manifestação perfeita de Deus.
Para ser nosso Mediador : Como Deus-homem, Ele nos reconcilia com o Pai (1 Timóteo 2:5).
A união hipostática é um mistério que não pode ser completamente compreendido pela mente humana, mas é essencial para a fé cristã. O próprio Jesus perguntou: “Quem dizeis que eu sou?” (Mateus 16:15). A resposta correta muda tudo.
A mediação no Antigo Testamento é dupla; é uma cadeia consistindo de dois membros, Moisés e o Anjo do Senhor. [Em Moisés], vemos um homem que foi exaltado acima dos outros e com os quais se coloca no mesmo nível como pecador; [logo, ele] aproxima-se de Deus, sem, no entanto, participar da natureza divina. [Já] o Anjo do Senhor possui uma natureza celestial e, por meio dele, Deus se revela ao Seu povo, tornando-se [em aparência, forma] semelhante aos homens, sem contudo tornar-se homem. Deste modo, Deus e o homem se aproximam, porém ainda não existe união real de Deus com o homem.
No Filho, contudo, a natureza divina e a humana se tornam uma só. Deus e o homem se tornam próximos um do outro não apenas na aparência [também na essência]. Assim, o Pai revela Sua plenitude em Jesus Cristo, Homem. E, na pessoa deste, encarnado, não foi um mero membro da humanidade que se aproximou de Deus, e sim um [co-eterno] nascido de uma virgem. Em Cristo, como as Primícias da nova humanidade, esta foi exaltada para a herança de todas as coisas.
(Ebrard , Biblical Commentary on the Epistle to the Hebrews, p. 30 )